INTERNACIONAL

Final do confinamento e euforia em Wuhan, berço da COVID-19

Em uma atmosfera de libertação e euforia, milhares de viajantes correram nesta quarta-feira (8) para deixar Wuhan, a cidade chinesa onde surgiu a pandemia de COVID-19, após o levantamento de um bloqueio de dois meses e meio

AFP
08/04/2020 às 08:40.
Atualizado em 31/03/2022 às 04:02

Em uma atmosfera de libertação e euforia, milhares de viajantes correram nesta quarta-feira (8) para deixar Wuhan, a cidade chinesa onde surgiu a pandemia de COVID-19, após o levantamento de um bloqueio de dois meses e meio.

À meia-noite, a quarentena imposta aos 11 milhões de habitantes da capital da província de Hubei terminou e milhares de passageiros começaram a lotar as rodoviárias e estações de trem, alguns vestindo roupas de proteção integral.

Hao Mei, natural de Enshi, cidade 450 quilômetros a oeste de Wuahn, explica que teve de deixar seus dois filhos sozinhos por mais de dois meses, pois ficou presa no final de janeiro em Wuhan, onde trabalha em uma cantina escolar.

"Acordei às quatro hoje. Me sinto tão bem!", exclama esta mulher de 39 anos, antes de pegar um trem.

"No começo, chorava todas as noites. Me sentia mal, porque minha filha ainda é muito jovem. Ela tem apenas dez anos", contou.

As autoridades acreditam que cerca de 55.000 pessoas deixarão Wuhan de trem nesta quarta-feira.

Inúmeros carros e ônibus passavam pelos pedágios nos limites da cidade depois que os controles das estradas foram suspensos, segundo a AFP.

Wuhan é de longe o local mais atingido pela epidemia na China. Quase 2.500 pessoas morreram nesta cidade, do total de mais de 3.330 mortes registradas oficialmente em todo país.

Esta cidade, onde o novo coronavírus apareceu no final de 2019, foi a primeira no mundo a sofrer isolamento draconiano com todos os seus habitantes confinados.

As autoridades de saúde acreditam que um mercado em Wuhan, onde eram vendidos animais vivos exóticos, foi o foco da transmissão do vírus ao homem.

O restante da província de Hubei, da qual Wuhan é a capital, também ficou em quarentena entre o final de janeiro e o final de março, afetando dezenas de milhões de pessoas.

Com a disseminação do vírus em todo mundo, vários países adotaram medidas semelhantes. Hoje, metade da humanidade está confinada, de uma forma, ou de outra.

Em Wuhan, a quarentena parece ter valido a pena, após uma redução drástica nos casos de contaminação e de mortes na China nas últimas semanas.

Na terça-feira, a China anunciou pela primeira vez zero morte pelo novo coronavírus desde o surgimento da pandemia.

Existem, porém, dúvidas sobre a confiabilidade dos números oficiais de óbitos. Várias famílias indicaram que as pessoas mortas em suas casas não foram contabilizadas, ou não foram testadas no início da epidemia, quando os hospitais estavam transbordando.

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