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Fed corta juros para minimizar impacto de coronavírus

O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, reduziu nesta terça-feira sua taxa de juros de referência em 0,5 pontos-base, diante do crescente risco econômico causado pela epidemia de coronavírus, uma medida considerada insuficiente pelo presidente Donald Trump e que deixou os investidores céticos

AFP
03/03/2020 às 19:52.
Atualizado em 07/04/2022 às 09:09

O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, reduziu nesta terça-feira sua taxa de juros de referência em 0,5 pontos-base, diante do crescente risco econômico causado pela epidemia de coronavírus, uma medida considerada insuficiente pelo presidente Donald Trump e que deixou os investidores céticos.

"À luz desses riscos" apresentados pelo novo coronavírus, o banco central dos EUA "decidiu hoje (terça-feira) reduzir suas taxas em meio ponto percentual", anunciou uma declaração surpresa emitida logo após uma reunião por telefone de ministros e bancos de finanças do G7, na qual não houve anúncio concreto, mas uma ação concentrada foi prometida.

O Fed então deixou suas taxas entre 1% e 1,25%, como forma de incentivar o consumo e o investimento.

O presidente do Fed, Jerome Powell, considerou que essa redução - há muito solicitada pela Casa Branca - dará um "impulso significativo" à economia e disse que poderá haver mais ações coordenadas com o G7 pela epidemia.

Ele também afirmou que "a extensão e a persistência dos efeitos" do coronavírus são muito difíceis de prever. "Ninguém sabe quanto tempo" esses efeitos podem durar, acrescentou.

O principal índice da Bolsa de Nova York, o Dow Jones Industrial Average, que alcançou o equilíbrio após o corte nas taxas, voltou ao terreno negativo enquanto Powell falava, com forte queda de 2,94%, a 25,917,41 unidades, enquanto o tecnológico Nasdaq cedeu 2,99%, a 8.684,09, e o S&P 500 perdeu 2,81%, a 3.003,37 pontos.

Já a taxa de títulos do Tesouro dos EUA a 10 anos caiu pela primeira vez abaixo da barreira simbólica de 1%, à medida que os investidores buscam refúgio em opções consideradas seguras neste período de incerteza.

"O corte nas taxas decidido de emergência pelo Fed visava fortalecer a confiança (de mercado), mas poderia alimentar os temores de que o coronavírus pudesse causar uma grande contração econômica", disse o economista independente Joel Naroff.

- Poucos precedentes -

A decisão unânime de cortar as taxas adotadas pelo comitê de política monetária do Fed fora do cronograma habitual de reuniões é a primeira desde a crise financeira de 2008. A próxima reunião planejada desse comitê será em meados de março.

Para o banco central dos EUA - que interrompeu seus cortes de taxa - "o coronavírus apresenta riscos" para "atividade econômica". Nesse sentido, o Fed também disse "monitorar de perto" o impacto da epidemia, mas enfatizou que "os fundamentos da economia dos EUA permanecem sólidos", em consonância com o que foi declarado esta semana pelo presidente da agência.

O FMI e o Banco Mundial anunciaram nesta terça-feira que suas reuniões de abril serão virtuais pelo vírus.

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