Piracicaba perdeu vagas formais, a maioria no setor agropecuário
O setor agropecuário chegou ao nono mês do ano com 228 vagas a menos (Antonio Trivelin)
A retomada do crescimento ainda não foi sentida em Piracicaba, de acordo com o economista Francisco Constantino Crocomo. Em setembro, foram fechados 400 postos de trabalho formais, saldo de 3.115 contratações e 3.515 desligamentos. Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho e Emprego. A Agropecuária foi a que mais demitiu no nono mês do ano: o índice ficou negativo em 228 vagas (foram 269 desligamentos e 41 admissões). A Indústria de Transformação foi a segunda com pior desempenho - fechou 122 vagas, seguida da Construção Civil, que apresentou saldo negativo de 76 empregos. No ano, são menos 1.612 empregos com carteira assinada no município. A Indústria de Transformação é o setor que mais fechou vagas entre janeiro e setembro de 2016, foram menos 761 empregos, seguido do comércio, que demitiu 757 trabalhadores. Entre janeiro e setembro de 2015, eram menos 2.431 postos de trabalhos com carteira assinada, na cidade. "O mercado de trabalho segue em baixa no Brasil. Piracicaba tem diminuído o número de trabalhadores formais e a retomada de crescimento ainda não foi sentida, principalmente pela Indústria de Transformação", explica Crocomo, que é coordenador do Banco de Dados Socioeconômicos da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba). "A expectativa para este ano é que a situação fique estável. Por conta das festas de fim de ano, devemos ter algumas contratações temporárias no comércio, mas não acreditamos em uma melhora efetiva no emprego", acrescenta. Ainda de acordo com o especialista, a Economia do Brasil depende da retomada de investimentos tanto dos empresários quanto do setor público. "Os empresários não apresentam boas expectativas para investir em virtude das incertezas de mercado. Entendemos que o governo deve manter seus gastos em investimentos que gerem emprego, mas para isso deva cortar os gastos improdutivos. Infelizmente, muito é destinado aos privilégios". Apesar de Piracicaba ter bases sólidas e grande dinâmica em sua Economia, ela depende de medidas adequadas dos governos federal e estadual, para maior sustentabilidade de seu crescimento. "Esperamos que a população cobre ética na política, mas também seja ética", finaliza Crocomo.