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Familiares de vítimas de violência no México invadem edifício de órgão estatal

Familiares de vítimas de feminicídio colocaram fogo neste sábado (5) em cadeiras e papéis da sede da Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH) do México, ocupada à força na sexta-feira, ao lado de familiares de pessoas desaparecidas para exigir justiça e agilidade nas investigações

AFP
05/09/2020 às 18:26.
Atualizado em 25/03/2022 às 08:38

Familiares de vítimas de feminicídio colocaram fogo neste sábado (5) em cadeiras e papéis da sede da Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH) do México, ocupada à força na sexta-feira, ao lado de familiares de pessoas desaparecidas para exigir justiça e agilidade nas investigações.

Cerca de vinte feministas da organização "Ni una más" (Nem uma mais) protestavam enfurecidas das varandas CNDH, um órgão estatal e autônomo, exibindo faixas com a palavra "Justiça!" e fotografias de pessoas desaparecidas.

"Viram como quebramos as pernas dessa cadeira? Foi isso que fizeram com a minha filha!", gritou Yesenia Zamudio, mãe de María de Jesús Jaimes, arremessada do quinto andar de um prédio em 2016, segundo a imprensa.

Somente de janeiro a julho deste ano, foram registrados 549 assassinatos de mulheres, investigados como prováveis feminicídios.

Ocupando a sala de reunião da CNDH, Delia Quiroga expressou por telefone à AFP seu "desespero" diante da falta de respostas das autoridades sobre o paradeiro de seu irmão Roberto, desaparecido em 10 de março de 2014 em Tamaulipas, fronteira com os Estados Unidos.

"Não sabemos nada dele, não sabemos se está vivo, se está morto e as investigações não avançam", comentou Quiroga.

As famílias das vítimas tiveram uma reunião com o chefe da CNDH, Rosario Piedra, a quem pediram apoio para que a Procuradoria e o governo ouçam suas demandas. Contudo, alguns familiares ficaram inconformados com o resultado do encontro.

Pelo menos 73.201 pessoas seguem desaparecidas no país, a maioria delas após uma ofensiva militar contra o narcotráfico iniciada em 2006.

Somente em 2020, mais de 290.000 pessoas foram assassinadas no México, segundo dados oficiais.

jg/lp/am

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