INTERNACIONAL

Familiares de membros do EI passarão por programa de reinserção social

Mulheres e crianças estrangeiras ligadas ao grupo extremista Estado Islâmico (EI) foram transferidas por forças curdas de um campo de deslocados para outro, também na Síria, onde devem seguir um programa de reintegração social - informou uma autoridade local nesta terça-feira (8)

AFP
08/09/2020 às 14:05.
Atualizado em 25/03/2022 às 01:52

Mulheres e crianças estrangeiras ligadas ao grupo extremista Estado Islâmico (EI) foram transferidas por forças curdas de um campo de deslocados para outro, também na Síria, onde devem seguir um programa de reintegração social - informou uma autoridade local nesta terça-feira (8).

Desde julho, pelo menos 76 famílias estrangeiras deixaram o campo superlotado de Al Hol para Roj, relatou o oficial curdo Sheikhmus Ahmed à AFP, sem informar suas nacionalidades.

Este processo de transferência deve afetar um total de 395 famílias, acrescentou, explicando que são "os menos radicalizados, dispostos a um processo de reintegração".

Eles "manifestam seu arrependimento" por ingressar no EI, "pedindo para retornar a seus países e reingressar em suas sociedades", completou.

Liderando a luta "antijihadista" na Síria, as forças curdas comandam uma região sob seu controle no nordeste do país, que inclui vários acampamentos para pessoas deslocadas. Entre eles, estão os de Al Hol e Roj.

Lá, eles instalaram milhares de civis que fugiram da luta contra os extremistas, mas também famílias de membros do EI, em particular milhares de mulheres estrangeiras com seus filhos.

Várias ONGs deram o alerta sobre as condições de vida no campo de Al Hol, onde cerca de 65.000 pessoas vivem em extrema pobreza - sejam sírios, iraquianos e outras nacionalidades. Em agosto, os primeiros casos de covid-19 foram encontrados no local.

Além disso, este acampamento foi palco de vários incidentes nos últimos meses envolvendo apoiadores do EI, com tentativas de fuga e ataques a guardas, ou a funcionários de ONGs.

O acampamento de Roj foi expandido para receber "mulheres e crianças, estrangeiros do EI, que pediram para deixar Al Hol", explicou Sheikhmus.

Entre todos os campos de deslocados controlados pelos curdos, há cerca de 12.000 mulheres e crianças estrangeiras. As autoridades curdas pedem aos países ocidentais para repatriá-los.

A França, assim como outros países ocidentais, como Bélgica, Alemanha e Áustria, reluta em receber extremistas e suas famílias. Aceitam apenas seus filhos de volta, muitas vezes órfãos.

Depois de se autoproclamar um "califado" entre Síria e Iraque em 2014, o EI acumulou reveses em ambos os países até ser enfraquecido.

dls/ah/tgg/vl/age/mis/tt

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