Vereador reconheceu que havia errado na elaboração da moção e providenciou a correção (Guilherme Leite)
O vereador Cássio Luiz (PL) reformulou uma Moção de Repúdio (30/2023), que estava direcionada à Guarda Civil e Polícia Militar, cujos integrantes teriam constrangido vereadores e munícipes em frente ao Semae, no dia 1º de fevereiro, que pretendiam conversar com o presidente da autarquia (Artur Costa Santos) sobre falta de água em vários bairros da cidade, especialmente em Santa Terezinha.
A Gazeta tentou informação com o Major Bessa, coordenador operacional do 10º BPMI, que tomou conhecimento da questão por intermédio deste órgão de imprensa. Ou seja, de maneira informal, pois não havia sido notificado formalmente sobre qualquer irregularidade de sua equipe que atuou no dia da manifestação. Mesmo assim, por uma questão de esclarecimento, Bessa disse que foi instaurado um procedimento interno, de investigação preliminar, para se apurar se houve qualquer tipo de excesso.
No entanto, o próprio autor da propositura, o vereador Cássio Luiz, reconheceu que havia errado na elaboração da moção de repúdio e confirmou que o foco de sua ação são o prefeito Luciano Almeida e o presidente do Semae. "Houve um erro da minha assessoria. A moção era direcionada ao prefeito e ao presidente do Semae e não às guarnições de segurança, que respeitamos muito. Estamos corrigindo este erro no documento, que será analisado na pauta de segunda-feira".
Na moção, o vereador afirma que "é do conhecimento de todos que a população piracicabana enfrenta uma desagradável situação, em razão da falta de água na cidade, principalmente na região de Santa Teresinha". Inclusive para afazeres domésticos, como "lavar louça, lavar roupa, limpar a casa, e muito menos tomar um adequado banho para ir ao trabalho, ou na volta deste".
Ele aponta ainda que, com o início do ano letivo as crianças necessitam de água tanto para irem quanto durante a permanência na escola, "visto que utilizam o banheiro; as cozinheiras utilizam para preparar o alimento; as faxineiras para manterem a limpeza e higiene do local". Situação que afeta também o serviço público de saúde.
Ainda segundo ele, quando a população procurou o Semae para pedir informações referente a esse cenário, apenas informaram que o problema estava sendo solucionado, não esclarecendo o motivo da falta de água. Até que o assunto chegou no Legislativo. No documento de repúdio original está que "em frente ao Semae, os vereadores foram surpreendidos com a chegada da Guarda Municipal e da Polícia Militar, que foram acionados para constranger os parlamentares e impedi-los de exercer sua função".
Segundo o que o Semae disse ao vereador, o problema mais grave de abastecimento está relacionado ao furto de algumas adutoras da cidade, comprometendo a distribuição em pontos específicos. Apesar de ter reduzido o problema de falta de água, do final de semana anterior ao dia 1º de fevereiro, alguns bairros até ontem, segundo Cássio Luiz, ainda sofriam com interrupções ocasionais.
A prefeitura foi contatada para responder sobre o assunto, mas até o fechamento desta edição, não se manifestou.