INTERNACIONAL

Factcheck: o último debate antes das eleições dos EUA

O presidente Donald Trump e seu rival, Joe Biden, entraram em confronto por causa da pandemia covid-19, a guerra comercial com a China e a questão racial nos Estados Unidos durante seu último debate antes das eleições em 3 de novembro

AFP
23/10/2020 às 20:05.
Atualizado em 24/03/2022 às 08:44

O presidente Donald Trump e seu rival, Joe Biden, entraram em confronto por causa da pandemia covid-19, a guerra comercial com a China e a questão racial nos Estados Unidos durante seu último debate antes das eleições em 3 de novembro.

A equipe de fact-checking da AFP verificou os principais problemas:

Falando sobre o coronavírus, Trump disse: "Esperávamos 2,2 milhões de mortes, de acordo com uma estimativa [da epidemia, ndr]. Fechamos a maior economia do mundo para combater essa doença horrível".

Mas de onde vem esse número?

Os 2,2 milhões de mortes - que o presidente citou anteriormente para defender sua reação à pandemia - vem de um relatório do Comitê de Resposta à covid-19 do Imperial College. Esse número corresponde, segundo o documento, ao número total de mortes que a epidemia poderia ter deixado nos Estados Unidos se nenhuma ação tivesse sido tomada.

O governo americano, como outros países, impôs confinamentos e os americanos obedeceram, em graus variáveis, às medidas de distanciamento social.

De acordo com a Universidade Johns Hopkins, a pandemia deixou mais de 223.000 mortos no país.

Biden, por sua vez, disse a Trump: "Agora, há 1.000 mortos por dia. 1.000 mortos por dia".

Isso não é totalmente correto. Nos últimos meses, houve de fato vários dias em que o número de mortes ultrapassou mil. Por exemplo, um balanço da AFP feito a partir da compilação de dados nacionais e da Universidade Johns Hopkins mostra que 1.035 mortes foram registradas em 24 horas na sexta-feira às 3h GMT (0h de Brasília).

No entanto, o balanço varia de um dia para o outro. Nos últimos sete dias, os totais diários foram de 990, 854, 420, 509, 661, 796 e 1.103 óbitos, respectivamente, o que representa uma média de 762 óbitos a cada 24 horas.

"A China está pagando bilhões e bilhões de dólares", anunciou Trump, aparentemente se referindo ao dinheiro dos direitos alfandegários impostos por seu governo.

E Biden respondeu que era "dinheiro do contribuinte" americano.

A resposta do candidato democrata é exata. Como revela o Urban-Brookings Tax Policy Center, um direito aduaneiro "quase sempre é pago diretamente pelo importador (normalmente uma empresa) e nunca pelo país exportador".

Falando das relações comerciais entre Estados Unidos e China, Biden afirmou sobre o presidente: "Isso causou um aumento no déficit (comercial) com a China, não uma diminuição".

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Gazeta de Piracicaba© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por