Ao menos 20 pessoas morreram e 600 ficaram feridas neste domingo (7) em quatro explosões acidentais em depósitos de armas e munições de um acampamento militar na Guiné Equatorial, que devastaram vários bairros residenciais
Ao menos 20 pessoas morreram e 600 ficaram feridas neste domingo (7) em quatro explosões acidentais em depósitos de armas e munições de um acampamento militar na Guiné Equatorial, que devastaram vários bairros residenciais.
O presidente Teodoro Obiang Nguema, chefe de Estado deste pequeno país da África central há quase 42 anos, acusou os agricultores de deixar uma queimada em uma lavoura se espalhar e de "negligência" os militares encarregados de vigiar o arsenal.
Várias casas e prédios ao redor deste acampamento militar em Bata, capital econômica do país, ficaram destruídos e as ruas ficaram cheias de enormes escombros ao longo de centenas de metros, segundo imagens da emissora pública TVGE.
Muitas crianças, mulheres, homens e idosos fugiam - às vezes ajudados por outras pessoas ou mancando - de um panorama desolador, envolto em espessas nuvens de fumaça e poeira, depois de pelo menos quatro detonações assustadoras.
Em um hospital de Bata, muitos feridos, alguns no chão e com soro, recebiam os primeiros socorros em um ambiente caótico, segundo as imagens da TVGE.
"A cidade de Bata foi vítima de um acidente provocado pela negligência da unidade encarregada de vigiar os depósitos de dinamite, explosivos e munições do acampamento militar de Nkoa Ntoma, que se incendiaram por causa da queimada provocada nos campos pelos agricultores que finalmente fez explodir estes depósitos sucessivamente", detalhou Obiang Nguema, que aos 78 anos é o presidente vivo há mais tempo no poder.
Nguema mencionou 17 mortos e 500 feridos, mas o ministério da Defesa atualizou o balanço para pelo menos 20 mortos e 600 feridos.
Segundo um comunicado desta pasta, "as explosões (...) de munição de grosso calibre" provocaram "ondas expansivas que destruíram completamente muitas casas vizinhas".
Vivem em Bata 800.000 dos cerca de 1,4 milhão de habitantes deste pequeno país rico em petróleo e gás, mas cuja população vive na pobreza em sua maioria.
O acampamento militar do bairro de Nkota Ntoma abriga membros das forças especiais e da gendarmeria.
Segundo um tuíte do Ministério da Saúde, muitos moradores dos bairros vizinhos devem estar sob os escombros de suas casas ou prédios. A TVGE mostrou imagens de civis e bombeiros retirando crianças e adultos de pilhas de cimento e ferro retorcido.
O chefe de Estado determinou uma investigação e "fez um apelo à comunidade internacional para que apoie a Guiné Equatorial nestes momentos ainda mais difíceis pela conjunção da crise econômica, devido à queda dos preços do petróleo e à pandemia de covid-19".