INTERNACIONAL

Exílio: uma saída para os manifestantes de Hong Kong

Crystal, de 21 anos, manifestante pró-democracia de Hong Kong, considera solicitar asilo no Canadá. Como muitos de seus compatriotas, ela quer se exilar para escapar da crescente influência de Pequim no território semiautônomo

AFP
05/06/2020 às 08:49.
Atualizado em 27/03/2022 às 21:32

Crystal, de 21 anos, manifestante pró-democracia de Hong Kong, considera solicitar asilo no Canadá. Como muitos de seus compatriotas, ela quer se exilar para escapar da crescente influência de Pequim no território semiautônomo.

A estudante faz parte do núcleo duro de ativistas que participaram dos enormes protestos que abalaram Hong Kong em 2019 e que foram, às vezes, marcados pela violência.

A jovem solicitou o status de refugiada para se mudar para o outro lado do mundo.

"Meus amigos e minha família não estão cientes da minha situação", explicou à AFP.

Como todos os entrevistados para esta reportagem, Crystal pediu que seu sobrenome e local de residência não fossem revelados.

No Canadá, um grupo de ativistas disse que pelo menos 50 pessoas de Hong Kong que participaram dos protestos pediram asilo no país antes do início da pandemia de coronavírus, que provocou o fechamento das fronteiras.

Além disso, centenas de manifestantes foram para o exílio em Taiwan, cuja presidente, Tsai Ing-wen, prometeu recebê-los.

No momento, é um fenômeno limitado, mas pode ganhar espaço após a decisão de Pequim de impor uma polêmica lei de segurança nacional em Hong Kong, em reação ao movimento de protesto de 2019.

A oposição teme que esta lei abra caminho para uma erosão das liberdades e da autonomia nesse território, existentes desde que foi devolvido à soberania chinesa pelo Reino Unido em 1997.

Em resposta, o governo britânico anunciou que ofereceria vistos e possível acesso à nacionalidade a 2,9 milhões de pessoas em Hong Kong, desde que tivessem nascido antes de 1997.

Portanto, os mais jovens, que compõem a maior parte dos manifestantes, seriam excluídos.

Até recentemente, Hong Kong costumava receber pessoas que haviam fugido de seu país.

O cenário começou a mudar no ano passado, quando a Alemanha concedeu asilo a dois ativistas pró-democracia que estavam sendo procurados por terem participado dos protestos em 2016.

Foi a primeira vez que um governo ocidental reconheceu que os dissidentes de Hong Kong estavam fugindo da perseguição.

O Canadá é o destino favorito dos candidatos ao exílio.

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