INTERNACIONAL

Exército de Miamnar controla o país um dia após golpe de Estado

O exército de Mianmar parecia ter o controle do país nesta terça-feira (2), após o golpe de Estado da véspera que resultou na detenção da então líder do governo Aung San Suu Kyi, ao mesmo tempo que ignora as críticas internacionais

AFP
02/02/2021 às 06:22.
Atualizado em 23/03/2022 às 19:46

O exército de Mianmar parecia ter o controle do país nesta terça-feira (2), após o golpe de Estado da véspera que resultou na detenção da então líder do governo Aung San Suu Kyi, ao mesmo tempo que ignora as críticas internacionais.

Os militares, que discordam dos resultados das eleições legislativas de novembro, proclamaram na segunda-feira estado de emergência por um ano. Acabaram assim com um período democrático de 10 anos.

Eles prenderam Aung San Suu Kyi, de 75 anos, e outros dirigentes de seu partido, a Liga Nacional para a Democracia (LND), pouco antes da primeira sessão do novo Parlamento.

Nesta terça-feira, a LND pediu a libertação imediata de Suu Kyi.

"Libertem todos os detidos, incluindo o presidente (Win Myint) e a conselheira de Estado (Suu Kyi)", escreveu a LND em sua página do Facebook. Este golpe é "uma mancha na história do Estado e do Tatmadaw", nome oficial do exército birmanês, completa a nota.

Muitos países, como os Estados Unidos, condenaram o golpe de Estado e ameaçaram adotar sanções. Nesta terça-feira acontecerá uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU.

Durante a manhã não havia sinais de presença militar significativa em Yangun, a capital econômica do país, prova de que os militares confiam que controlam os país 24 horas depois do golpe, segundo analistas.

As linhas telefônicas e o acesso a internet funcionavam novamente e os bancos reabriram as portas, mas o aeroporto internacional de Yangun permanece fechado.

Os mercados e as ruas, geralmente lotados apesar da pandemia de coronavírus, estavam mais tranquilos que o normal, mas alguns moradores compareceram aos parques para fazer exercícios.

Muitas pessoas preferem não comentar a situação por medo de represálias, em um país que viveu, desde sua independência em 1948, sob o jugo da ditadura militar por quase 50 anos.

"As pessoas têm medo de criticar abertamente, embora não gostem do que está acontecendo", declarou à AFP Maung Zaw diante de um açougue.

Aung Sann Suu Kyi "está nas mãos dos militares, não podemos fazer muita coisa", disse um taxista que não revelou sua identidade.

O exército não divulgou informações sobre o local de detenção da vencedora do Nobel da Paz, do presidente Win Myint e de outros altos funcionários da LND.

"Nos disseram que estava em prisão domiciliar em sua casa de Naypyidaw", a capital, afirmou à AFP um integrante de seu partido que pediu anonimato. "Mas estamos preocupados", completou o deputado, que também está em prisão domiciliar no edifício em que moram os parlamentares.

Para justificar o golpe, os militares afirmaram que as legislativas de novembro, vencidas com folga pela LND, foram marcadas por "enormes irregularidades". A Comissão Eleitoral nega a acusação.

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