INTERNACIONAL

Exército birmanês fará demonstração de força no Dia das Forças Armadas

No Dia das Forças Armadas, o exército birmanês pretende fazer uma demonstração de força, enquanto reprime as manifestações em todo o país desde o golpe de 1º de fevereiro contra o governo civil de Aung San Suu Kyi

AFP
27/03/2021 às 04:44.
Atualizado em 22/03/2022 às 04:29

No Dia das Forças Armadas, o exército birmanês pretende fazer uma demonstração de força, enquanto reprime as manifestações em todo o país desde o golpe de 1º de fevereiro contra o governo civil de Aung San Suu Kyi.

Os opositores do golpe convocaram uma nova série de manifestações para este sábado, dia em que o exército organiza um gigantesco desfile de soldados e aparato militar na capital Naypyidaw, diante do chefe do exército e atual chefe da junta militar no poder, o general Min Aung Hlaing.

Muitos temem que a data, que comemora o início da resistência do exército birmanês à ocupação japonesa durante a Segunda Guerra Mundial, cause distúrbios.

Ei Thinzar Maung, um dos protagonistas das manifestações contra o golpe, exortou a população a ir às ruas neste sábado.

"Chegou a hora de lutar contra a opressão militar", escreveu no Facebook.

As forças de segurança reprimiram implacavelmente as manifestações de oponentes nas últimas semanas com a ajuda de gás lacrimogêneo, balas de borracha e até munição letal.

De acordo com uma ONG de defesa de presos políticos, 320 pessoas perderam a vida na repressão desde o golpe e mais de 3.000 foram presas.

Nesta sexta-feira, a notória Prisão Insein em Yangon libertou 322 pessoas detidas nas manifestações, que se juntaram às mais de 600 libertadas alguns dias atrás.

Além dos protestos nas ruas, há uma greve geral e um movimento de desobediência civil dos servidores públicos, o que tem dificultado o funcionamento do governo.

Isso irritou as autoridades, que realizaram prisões noturnas de pessoas suspeitas de apoiar o movimento.

A brutalidade da repressão levou à condenação internacional e à imposição de sanções contra numerosos militares do alto escalão, incluindo general Min Aung Hlaing.

Na quinta-feira, os Estados Unidos e o Reino Unido impuseram sanções a um conglomerado que pertence ao exército birmanês.

Até agora, a pressão diplomática teve pouco impacto e Washington e Londres esperam que minar os interesses financeiros dos militares dê resultados.

As forças armadas controlam muitos setores da economia birmanesa, em particular o comércio, recursos naturais, álcool, cigarros e bens de consumo.

O Exército justifica o golpe pela suposta fraude eleitoral cometida nas eleições gerais de novembro, vencidas por esmagadora maioria pela Liga Nacional para a Democracia (NLD) de Aung San Suu Kyi.

O movimento de desobediência civil recebeu apoio inesperado nesta sexta-feira do grupo de estudantes universitários noruegueses que o indicaram para o Prêmio Nobel da Paz.

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