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Ex-presidentes panamenhos Martinelli e Varela são denunciados por lavagem de dinheiro

A Justiça apresentou nesta quinta-feira (2) acusações por lavagem de dinheiro contra os ex-presidentes panamenhos Ricardo Martinelli (2009-2014) e Juan Carlos Varela (2014-2019), em escândalos que atingem estes ex-aliados, hoje inimigos políticos

AFP
02/07/2020 às 22:15.
Atualizado em 26/03/2022 às 21:35

A Justiça apresentou nesta quinta-feira (2) acusações por lavagem de dinheiro contra os ex-presidentes panamenhos Ricardo Martinelli (2009-2014) e Juan Carlos Varela (2014-2019), em escândalos que atingem estes ex-aliados, hoje inimigos políticos.

Varela é investigado pelo financiamento de campanhas eleitorais, inclusive as presidenciais que ele venceu em 2014, com propina paga pela empreiteira brasileira Odebrecht.

Já Martinelli é investigado no caso conhecido como New Business, no qual se questiona a compra de um grupo editorial, supostamente com dinheiro público, durante seu mandato.

"Apresentaram-lhe acusações de lavagem de dinheiro na compra de um meio de comunicação", disse à AFP Roniel Ortíz, um dos advogados de Martinelli.

O Ministério Público Especial Anticorrupção decretou medidas cautelares contra o ex-chefe de Estado, que precisará assinar mensalmente perante as autoridades judiciais e não poderá deixar o país.

"Vou ser franco com vocês, isto me chateia, estar nessa perseguição política que não tem fim. É um caso no qual nunca me haviam mencionado, que não tem nenhum fundamento, nem razão, querem me envolver porque querem me anular", declarou Martinelli após o interrogatório.

Martinelli já esteve preso preventivamente durante dois anos após ter sido extraditado em 2018 dos Estados Unidos para responder a acusações de espionagem, embora tenha sido inocentado por um tribunal em 2019.

Seus advogados asseguram que ele não pode ser novamente investigado em função do chamado princípio de especialidade, segundo o qual uma pessoa não pode ser julgada por assunto diferente ao que provocou sua extradição.

Martinelli foi mencionado em vários escândalos de corrupção durante sua administração, na qual uma dúzia de seus ministros estiveram detidos.

Na noite desta quinta, o MP Anticorrupção denunciou o ex-presidente Juan Carlos Varela por lavagem de dinheiro por suspeita de financiamento ilegal de várias campanhas políticas com propinas pagas pela empreiteira Odebrecht.

O MP Especial Anticorrupção "formulou acusações de lavagem de ativos no caso Odebrecht" contra o ex-presidente Varela, confirmou à AFP o Ministério público.

O ex-presidente (2014-2019) é investigado por doações da Odebrecht recebidas pelo Partido Panameñista (direita), do qual foi o dirigente máximo, para várias disputas eleitorais, entre elas as presidenciais que venceu em 2014.

"Vim cumprir com a convocação do Ministério Público e responder qualquer pergunta que eles tenham", disse o ex-presidente ao se apresentar no MP.

As investigações contra Varela "não têm nada a ver" com sua gestão à frente do governo, mas se relacionam com doações para campanhas eleitorais financiadas "de acordo com as leis" nacionais, indicou em um comunicado o gabinete do ex-presidente.

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