INTERNACIONAL

Ex-presidente do Quirguistão volta a ser preso e caos político continua

O ex-presidente do Quirguistão Almazbek Atambayev, que havia sido libertado da prisão na terça-feira por um grupo de manifestantes, foi preso novamente neste sábado (10), enquanto o primeiro-ministro provisório, Sadyr Khaparov, assumiu oficialmente seu cargo

AFP
10/10/2020 às 14:37.
Atualizado em 24/03/2022 às 10:55

O ex-presidente do Quirguistão Almazbek Atambayev, que havia sido libertado da prisão na terça-feira por um grupo de manifestantes, foi preso novamente neste sábado (10), enquanto o primeiro-ministro provisório, Sadyr Khaparov, assumiu oficialmente seu cargo.

A confusão política reina nesta república do Cáucaso, que realizou eleições legislativas no último domingo, vencidas por dois partidos próximos ao presidente Soroonbai Jeenbekov.

Opositores do presidente alegaram fraude e foram às ruas. Uma comissão eleitoral anulou os resultados, mas mesmo assim a situação degenerou e se tornou violenta, com diferentes grupos se enfrentando diariamente e se apoderando de prédios públicos.

Quando foi libertado por simpatizantes na terça-feira, o ex-presidente Atambayev cumpria pena de 11 anos de prisão por ter libertado um chefe da máfia e aguardava um segundo julgamento por ter resistido, armado, durante sua primeira prisão.

Neste sábado, voltou a ser detido, explicou seu porta-voz, Kunduz Joldubayeva, por telefone. "As forças especiais invadiram sua residência. Prenderam o ex-presidente", disse à AFP.

Na véspera, o ex-presidente organizou uma manifestação na qual seus apoiadores pediram a Jeenbekov que renunciasse.

Junto com Atambayev, foram presos um guarda-costas e outro colaborador, segundo a Comissão de Segurança Nacional (polícia), que garantiu que estava em andamento um processo de "identificação e prisão de outros cúmplices".

A prisão do ex-presidente pode ser um sinal de que o atual chefe de Estado recuperou o controle da situação.

Mas na sexta-feira, Jeenbekov, de 61 anos, declarou-se "pronto" para renunciar ao cargo, "quando as autoridades executivas legítimas forem aprovadas".

Pouco depois da prisão do ex-presidente, a maioria dos parlamentares elegeu Khaparov, um populista obstinado, como primeiro-ministro interino, durante uma sessão extraordinária do parlamento.

Khaparov afirmou que espera que o presidente Jeenbekov honre suas palavras e renuncie ao cargo.

"Eu o encontrei (Jeenbekov) na residência oficial. Ele me disse que depois de confirmar o novo gabinete ministerial, ele renunciaria", explicou.

Khaparov cumpria 11,5 anos de prisão por sequestro e outros crimes quando também foi libertado da prisão, durante os vários confrontos na capital, na segunda-feira.

Manifestantes da facção que apoia Khaparov chegaram à capital em atitude agressiva, e um tribunal anulou a sentença contra o agora primeiro-ministro.

Os confrontos entre os diferentes lados e com a polícia deixaram pelo menos um morto e centenas de feridos desde segunda-feira passada.

A instabilidade no Quirguistão alarma Moscou, que atualmente está intercedendo em outra grande crise regional, a guerra entre a Armênia e o Azerbaijão pelo enclave de Nagorno-Karabakh.

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