INTERNACIONAL

Ex-presidente boliviana é presa; ONU e UE pedem transparência no caso

A ex-presidente da Bolívia Jeanine Áñez foi presa na madrugada deste sábado (13) devido a uma investigação sobre um suposto golpe de Estado contra o ex-presidente esquerdista Evo Morales em 2019, e pediu à OEA e União Europeia que acompanhem sua prisão de perto

AFP
14/03/2021 às 08:44.
Atualizado em 22/03/2022 às 09:10

A ex-presidente da Bolívia Jeanine Áñez foi presa na madrugada deste sábado (13) devido a uma investigação sobre um suposto golpe de Estado contra o ex-presidente esquerdista Evo Morales em 2019, e pediu à OEA e União Europeia que acompanhem sua prisão de perto.

A televisão boliviana mostrou Áñez chegando ao aeroporto de El Alto, que serve La Paz, momento em que ela acusou sua prisão como "ilegal". Junto a ela, que não estava algemada, estavam o ministro do Governo (Interior) Carlos Eduardo del Castillo e vários policiais.

Em um quartel da Polícia em La Paz, Áñez enviou cartas para a União Europeia (UE) e para a Organização dos Estados Americanos (OEA), pedindo que enviem missões de observadores para acompanhar este caso em seu país.

O objetivo é que "avaliem de forma objetiva e imparcial a ilegal preisão da qual fomos vítimas, eu e meus dois ex-ministros, na sexta-feira e na madrugada deste sábado", escreveu Áñez em uma carta da qual a AFP obteve uma cópia.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, considerou que é importante respeitar "as garantias ao devido processo e que haja uma transparência toal em todos os procedimentos" do caso contra os ex-membros do governo boliviano, segundo um comunicado de seu porta-voz.

Ele lembrou "os importantes passos tomados por todas as partes na Bolívia para a consolidão da paz" e reiterou o compromisso da ONU para continuar apoiando esses esforços.

O Alto Representante da UE, Josep Borrell, expressou no Twitter que "as acusações pelo ocorrido em 2019 devem ser resolvidas com uma justiça transparente e sem pressões políticas".

Com o critério de que se respeite a independência dos poderes, ele pediu "diálogo e reconciliação".

Enquanto a influente Conferência Episcopal da Bolívia exigiu em um comunicado "a libertação imediata dos detidos". E argumetntou que como instituição não podem "permanecer passivos, enquanto prendem cidadãos que serviram a Bolívia, com suas limitações, em difíceis momentos de sua história e buscando caminhos e pacificação".

A UE e a Igreja Católica cumpriram um papel chave na transição do governo de Morales para Áñez e propiciaram mesas de diálogo entre oficialistas e opositores durante esses dias conflitivos.

O ministro da Justiça, Iván Lima, rejeitou as denúncias opositoras de que existe uma gestão política no MP e no processo, destacando que as leis estão sendo aplicadas.

Em seu critério, Áñez não tem direito a um julgamento de responsabilidades ou de privilégio, em razão de sua condição de ex-governante, mas sim a um processo ordinário pela sua atuação como senadora, antes de ter assumido a primeira magistratura.

Um julgamento de privilégio significa que a Procuradoria Geral pode pedir ao Parlamento para autorizar o julgamento e depois desenvolver o processo no Supremo Tribunal de Justiça.

O ministro do Interior confirmou a prisão de Áñez e parabenizou as forças de ordem pela "histórica tarefa de fazer justiça para o povo boliviano".

A ex-presidente denunciou nas redes sociais "um ato de abuso e perseguição política".

O governo "me acusa de ter participado de um golpe de Estado que nunca aconteceu", disse Áñez em sua conta do Twitter.

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