A ex-deputada curda Leyla Guven foi condenada nesta segunda-feira (21) a 22 anos e três meses de prisão por um tribunal do sudeste da Turquia por atos relacionados com "terrorismo"
A ex-deputada curda Leyla Guven foi condenada nesta segunda-feira (21) a 22 anos e três meses de prisão por um tribunal do sudeste da Turquia por atos relacionados com "terrorismo".
Destituída do cargo de deputada em junho após uma votação parlamentar, Guven, de 56 anos, foi declarada culpada por "integrar um grupo terrorista", especificamente por seu pertencimento ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), e de "propaganda" a favor desta organização.
A deputada compareceu em liberdade e pretende recorrer da sentença, segundo informou seu advogado à AFP. Contra Guven, que não compareceu à audiência desta segunda-feira, pesa agora uma ordem de prisão.
A ex-deputada é co-presidente do "Congresso da Sociedade Democrática" (DTK), uma organização que as autoridades turcas acusam de estar vinculada com o PKK, considerado "terrorista" por Ancara e seus aliados ocidentais.
Guven, na época deputada pelo Partido Democrático dos Povos (HDP), foi presa em janeiro de 2018 e condenada por ter criticado a ofensiva militar turca contra o enclave de Afrin, no norte da Síria, onde vive uma maioria de curdos.
Para protestar contra as condições de prisão do líder curdo Abdullah Ocalan, um dos fundadores do PKK, ela iniciou uma greve de fome em novembro de 2018, assim como milhares de presos. Em janeiro de 2019, entrou em liberdade condicional.
Os círculos pró-curdos sofrem há anos uma repressão implacável na Turquia.
O partido HDP, opositor ferrenho do governo turco, é frequentemente acusado pelo governo de ser uma vitrine do PKK.
Selahattin Demirtas, ex-líder emblemático desta formação, está preso desde novembro de 2016 e é acusado de atos "terroristas".
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