INTERNACIONAL

Europa supera 40.000 mortos por coronavírus e EUA bate recorde de mortes diárias

O coronavírus já matou mais de 40.000 vidas na Europa, mais de dois terços na Itália, Espanha e França

AFP
03/04/2020 às 15:18.
Atualizado em 31/03/2022 às 04:49

O coronavírus já matou mais de 40.000 vidas na Europa, mais de dois terços na Itália, Espanha e França. O Reino Unido bateu seu próprio recorde de mortes diárias, assim como os Estados Unidos, que atingem quase 1.200 mortes em um dia, um número que nenhum país havia alcançado até o momento.

Nos Estados Unidos, onde ainda existem governadores que não decretaram medidas de confinamento, a tensão aumenta. Além das 1.169 mortes registradas em um dia e dos quase 250.000 afetados, Washington tem outro desafio que pode causar uma depressão econômica: o desemprego.

Em duas semanas, quase dez milhões de americanos solicitaram seguro-desemprego, e nesta sexta-feira foi relatado que a taxa oficial subiu de 3,5% para 4,4% em um mês, de fevereiro a março.

A Espanha, o segundo país, depois da Itália em número de mortos, voltou a exceder 900 mortos na sexta-feira, como havia acontecido no dia anterior, e já está perto de 11.000 mortes. No entanto, autoridades de saúde espanholas insistem em que as hospitalizações e contágios continuam baixando.

Na Alemanha, as medidas de restrição também começam a surtir efeito, segundo o governo. Os números dão "esperança", mas ainda é "muito cedo" para suavizar as medidas, disse a chanceler Angela Merkel.

Se o coronavírus testa o sistema federativo nos Estados Unidos, na UE desafia a solidariedade entre países.

O ministro das Finanças alemão, Olaf Scholz, disse nesta sexta-feira que a União Europeia deve ativar o fundo de resgate do Mecanismo Europeu de Estabilidade para apoiar os Estados cujas economias são mais afetadas pela crise do coronavírus.

Espanha e Itália pressionam pela emissão de dívida européia, os chamados "coronabonos", que a Alemanha e a Holanda rejeitam.

Na Grã-Bretanha, outras 684 mortes foram registradas, superando seu próprio recorde de mortes diárias, enquanto o governo conclui a construção de um gigantesco hospital de campanha com 4.000 leitos.

O primeiro-ministro Boris Johnson, que deu positivo, permanecerá convalescente por mais uma semana, embora esteja no comando de seu gabinete. A rainha Elizabeth, 93 anos, abordará a nação no domingo, pela quarta vez em seu reinado de 68 anos.

Diante da pandemia, os países organizam e enfrentam, da melhor maneira possível, a escassez de material e as exigências de segurança não apenas das equipes de saúde, mas também de outros setores econômicos que devem continuar funcionando.

A concorrência desencadeada por essa situação é implacável.

"Os mercados de suprimento de coronavírus estão entrando em colapso", disse o professor Christopher R. Yukins, da Universidade de Washington, em uma videoconferência.

Os compradores não são apenas governos, mas regiões, empresas, até legisladores que vão a fábricas, pontos de distribuição, dispostos a levar máscaras, equipamentos médicos, o que for, pagando em dinheiro e pelo preço que pedem.

"Nossos cônsules que vão às fábricas chinesas encontraram colegas de outros países que queriam passar por cima dos nossos pedidos. Eles tinham mais dinheiro. Cada remessa é uma briga", explicou o deputado ucraniano Andrii Motovylovet, via Facebook.

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