INTERNACIONAL

Europa reabre as portas ao Reino Unido e OMS examina nova cepa do coronavírus

Com a reabertura do estratégico porto de Dover, o Reino Unido começou a sair do repentino isolamento determinado pelos países vizinhos após a descoberta de uma nova cepa da covid-19, enquanto outra variante do vírus, proveniente da África do Sul, gera ainda mais preocupação

AFP
23/12/2020 às 20:41.
Atualizado em 24/03/2022 às 00:06

Com a reabertura do estratégico porto de Dover, o Reino Unido começou a sair do repentino isolamento determinado pelos países vizinhos após a descoberta de uma nova cepa da covid-19, enquanto outra variante do vírus, proveniente da África do Sul, gera ainda mais preocupação.

As autoridades britânicas anunciaram nesta quarta-feira (23) que identificaram dois casos de outra variante do coronavírus, "altamente preocupante" por ser "mais contagiosa", vinda da África do Sul, país ao qual impuseram "imediatamente" restrições a viagens.

Esta cepa sul-africana "parece ter sofrido mais mutações do que a nova variante identificada no Reino Unido", disse o ministro da Saúde britânico, Matt Hancock.

Pela primeira vez desde domingo, veículos com passageiros foram autorizados a cruzar o Canal da Mancha e chegaram na terça-feira à noite ao porto francês de Calais, procedentes de Dover, sudeste da Inglaterra.

Mas os caminhoneiros poloneses em Dover, parados à espera de um teste negativo de covid-19, expressaram frustração. "Estamos aqui há dois dias, sem banho, água para beber ou comida", relatou Paytricia Szeweczyk, mãe de duas meninas, manifestando sua "raiva da França".

Laurent Beghin, por outro lado, protestou contra a atitude das autoridades. "Já disse ao meu patrão que não vale a pena me mandar de novo para a Inglaterra. Trataram a gente como animais", lamentou.

"Finalmente", comemorou um passageiro do trem Eurostar na estação do norte de Paris. O trem que chegou às 12h47 locais (08h47 de Brasília) foi o primeiro procedente de Londres a entrar na capital francesa em dois dias.

França, Bélgica, Holanda e República Checa autorizaram nesta quarta o retorno, a partir do Reino Unido, de seus cidadãos e residentes em seu território, ou na União Europeia (UE), desde que apresentem um resultado negativo de exame da covid-19.

Do lado britânico, os donos de restaurantes estão sofrendo. É o caso de Pascal Aussignac, um chef com estrela Michelin que mora em Londres há 22 anos e conta com as vendas do Natal para recuperar sua saúde financeira após um ano calamitoso devido à pandemia.

"Tenho cinquenta frangos e patos esperando do lado francês, nunca chegarão a tempo para a ceia de Natal", disse ele à AFP na terça-feira. Os restaurantes tiveram que fechar na semana passada, durante a crucial temporada natalina.

Uma boa notícia do Reino Unido: dados da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca foram submetidos à autoridade reguladora, abrindo caminho para sua validação, anunciou o ministro Hancock.

O Reino Unido já aprovou uma primeira vacina, a da Pfizer e a BioNTech, aplicada desde o início do mês às populações mais vulneráveis.

O Canadá, por sua vez, anunciou que autorizou a vacina da Moderna após dar luz verde à Pfizer-BioNTech em 9 de dezembro.

A Alemanha, que como dezenas de países também cortou as conexões com o país, não anunciou mudanças em suas restrições, previstas para vigorarem até 6 de janeiro. A Espanha permite o retorno apenas de seus cidadãos.

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