A Justiça holandesa ordenou levantar o toque de recolher decretado para enfrentar a covid-19, em um momento em que as restrições saturam a população em muitos países e a vacinação avança lentamente
A Justiça holandesa ordenou levantar o toque de recolher decretado para enfrentar a covid-19, em um momento em que as restrições saturam a população em muitos países e a vacinação avança lentamente.
Um tribunal de Haia ordenou nesta terça-feira (16) que o toque de recolher, em vigor desde 23 de janeiro e que provocou os piores protestos das últimas décadas, seja "levantado imediatamente".
"O toque de recolher é uma violação profunda do direito à liberdade de movimento e à vida privada", disse o tribunal, que deu razão ao grupo Virus Truth, que acusou o governo de usar mal seus poderes para situações de urgência.
Após a imposição do toque de recolher, o primeiro a ser aplicado na Holanda desde a Segunda Guerra Mundial, várias cidades foram palco de protestos gigantescos que culminaram em dezenas de prisões.
Em outros países da Europa, a frustração, a raiva e o cansaço também são sentidos. Na semana passada, o parlamento tcheco se recusou a prolongar o estado de exceção, como solicitado pelo governo.
"Eles nos pegam pelos cabelos!", protestava Matteo Morsia, um esquiador italiano de 27 anos, após a decisão do governo de última hora de adiar nesta semana a reabertura das pistas pelo aumento dos contágios.
Em Viena, no fim de semana, cerca de 2.000 pessoas protestaram contra as medidas do governo austríaco para frear a pandemia de coronavírus.
"Perdi meu trabalho, sou enfermeira e não quero mais usar esta máscara de merda!", exclamou Sigrid, em uma manifestação que pedia a renúncia do chanceler, o conservador Sebastian Kurz.
Seria a mão dura a solução para cortar a pandemia pela raiz? Em países da Ásia e Oceania, começando pela China, as autoridades tomam medidas estritas nas áreas onde detectam surtos e as combinam com diagnósticos em massa.
Uma política difícil de aplicar na Europa devido à alta densidade populacional, ao turismo abundante e a uma economia que depende em grande medida das atividades transfronteiriças, afirmam os especialistas.
Em pouco mais de um ano, a pandemia de coronavírus matou 2,4 milhões de pessoas em todo o mundo e infectou quase 110 milhões. Neste momento há restrições em vigor em praticamente toda Europa, enquanto a vacinação avança muito mais lentamente que o previsto.
Nesta terça-feira os serviços de inteligência sul-coreanos, citados pela imprensa, afirmaram que hackers norte-coreanos tentaram entrar nos sistemas da gigante farmacêutica Pfizer em busca de informações sobre sua vacina e o tratamento contra o coronavírus.
A Coreia do Norte fechou suas fronteiras há mais de um ano para tentar se proteger do vírus que surgiu na vizinha China em dezembro de 2019.
O líder Kim Jong Un insiste que seu país não tem casos de coronavírus, apesar de os especialistas estrangeiros duvidarem dessa afirmação.