A pandemia alcançou novos números sombrios nesta quinta-feira (23), dia em que os Estados Unidos ultrapassaram a marca de 4 milhões de casos de COVID-19 e a Europa superou os 3 milhões, enquanto as contaminações diárias seguem fortes em outros países da América, como Brasil e Argentina
A pandemia alcançou novos números sombrios nesta quinta-feira (23), dia em que os Estados Unidos ultrapassaram a marca de 4 milhões de casos de COVID-19 e a Europa superou os 3 milhões, enquanto as contaminações diárias seguem fortes em outros países da América, como Brasil e Argentina.
Nos Estados Unidos, país com mais mortes por coronavírus no mundo (143.800), a escalada das infecções continua: chegou nesta quinta-feira a 4.005.414 de casos confirmados, após somar mais de 60.000 novas contaminações diárias em cada um dos últimos nove dias.
Mais cedo, outros números, desta vez relacionados ao mercado de trabalho, foram publicados: o avanço desenfreado do vírus aumentou os pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos, chegando na semana passada a 1,4 milhão.
Os pedidos de auxílio, que ficaram acima das previsões dos analistas, apresentam o primeiro aumento desde abril, em um momento em que o Congresso americano começa a debater um novo pacote de estímulo econômico para impulsionar a economia.
O governo de Donald Trump, que tentará a reeleição em novembro e é amplamente criticado por sua gestão da crise, voltou nos últimos dias a aumentar a tensão das relações com a China, em busca de um culpado externo.
Em meio a esta disputa, e adotando o mesmo tom das críticas anteriores que culminaram na decisão de cortar seu aporte financeiro para a Organização Mundial da Saúde (OMS), os Estados Unidos pioraram o mal-estar com o órgão sanitário da ONU.
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor da OMS, classificou nesta quinta-feira de "falsas e inaceitáveis" as afirmações atribuídas ao secretário de Estado americano, Mike Pompeo, de que teria sido "comprado" pela China.
Desde que surgiu no fim do ano passado em território chinês, a COVID-19 é responsável pela morte de mais de 628.000 pessoas e de 15,3 milhões de contaminações no mundo, segundo uma recontagem da AFP baseada em dados oficiais.
Entre tantos transtornos causados no mundo, na Bolívia o vírus obrigou o adiamento das eleições gerais de 6 de setembro para 18 de outubro.
As eleições darão à Bolívia um novo presidente eleito nas urnas, após a crise econômica que acompanhou a tomada de poder interinamente de Jeanine Áñez. O ex-presidente Evo Morales renunciou do cargo após as eleições de outubro do ano passado serem anuladas por irregularidades.
Morales, líder do Movimento Rumo ao Socialismo (MAS), tuitou da Argentina que a mudança de data representa "um novo golpe contra democracia" e acrescentou que "o governo de fato quer ganhar mais tempo para continuar a perseguição contra líderes sociais e candidatos do MAS".
A Bolívia registra mais de 64.000 infectados e 2.328 mortes pela COVID-19.
As preocupações se multiplicam também em outros países da América Latina diante do recorde de contaminações diárias. Entre eles, o Brasil, o mais afetado de uma região que somou 67.860 novos casos na quarta-feira e alcançou totais de 2.227.514 infectados e 82.771 mortes.
A Europa ultrapassou nesta quinta os 3 milhões de contágios, e a América Latina superou os 4 milhões, metade deles no Brasil, onde a pandemia segue sem controle, com quase 68.000 novos casos em 24 horas.
A Argentina também sofre com um aumento recente do número de infectados no país (5.782 casos nas últimas 24 horas), em um momento em que são retomadas gradualmente as atividades em Buenos Aires e na região metropolitana da capital, onde se concentram cerca de 90% dos casos. Com 141.887 casos e 2.617 mortes, as autoridades do país ligaram o alerta em relação à capacidade de seu sistema de saúde.