INTERNACIONAL

EUA se despede da juíza progressista Ruth Bader Ginsburg em plena disputa por substituto

Os Estados Unidos começaram nesta quarta-feira três dias de homenagens na Suprema Corte e no Capitólio para a despedida da juíza progressista Ruth Bader Ginsburg, cuja morte deixou uma vaga na mais alta corte e desencadeou um novo confronto entre democratas e republicanos em plena campanha eleitoral

AFP
23/09/2020 às 20:36.
Atualizado em 24/03/2022 às 11:44

Os Estados Unidos começaram nesta quarta-feira três dias de homenagens na Suprema Corte e no Capitólio para a despedida da juíza progressista Ruth Bader Ginsburg, cuja morte deixou uma vaga na mais alta corte e desencadeou um novo confronto entre democratas e republicanos em plena campanha eleitoral.

O presidente Donald Trump prometeu nomear a substituta de Ginsburg antes da eleição de 3 de novembro, o que significaria o controle dos conservadores sobre o tribunal, que conta com nove membros e tem amplo impacto na vida dos cidadãos americanos.

Os demais juízes do tribunal e o ex-presidente democrata Bill Clinton, que a indicou, se despediram da juíza em uma cerimônia restrita dentro do tribunal, com uma curta oração judaica e um discurso do chefe da Suprema Corte, John Roberts.

Um grupo de 100 funcionários do Poder Judiciário recebeu o caixão da juíza enfileirados na escadaria, todos vestidos de preto e com o rosto coberto por máscaras de mesma cor devido à pandemia de coronavírus.

Do outro lado da rua, atrás de uma barreira, centenas de pessoas esperavam para prestar homenagem à magistrada, cujo caixão foi coberto com a bandeira americana.

Na quinta-feira, Trump irá ao Supremo Tribunal Federal para homenagear a juíza, informou o secretário de imprensa adjunto, Judd Deere. O presidente acredita que o processo para a substituição da juíza avançará "rapidamente".

Trump anunciará no sábado à tarde a sua candidata para substituir a falecida juíza. Entre as opções está a magistrada conservadora Bárbara Lagoa, uma juíza de Miami de origem cubana.

Ginsburg, que morreu na sexta-feira aos 87 anos, tornou-se um ícone popular para a esquerda por sua defesa da igualdade jurídica das mulheres. Seu rosto estampa produtos e ela chegou a inspirar um filme de Hollywood.

O caixão da magistrada foi colocado sob o mesmo local onde repousava o caixão do presidente americano Abraham Lincoln em 1865.

"Hoje dizemos adeus a uma heroína americana", disse o rabino Lauren Holtzblatt depois de pronunciar o Kadish, uma curta oração fúnebre, em hebraico. "Ver mais além do mundo que se está, imaginar que algo pode ser diferente, esse é o trabalho de um profeta", acrescentou.

A pandemia marcará todas as homenagens, que só podem ser acessadas por convite para evitar multidões, num momento em que a covid-19 já fez mais de 200 mil mortos nos Estados Unidos.

Após uma cerimônia privada dentro da Suprema Corte, o caixão de Ginsburg foi colocado sob as colunas coríntias da fachada do edifício para que o público pudesse se despedir, onde fizeram uma fila com distanciamento social.

Desde que sua morte foi anunciada, centenas de pessoas se reuniram espontaneamente nos degraus de mármore da corte para homenageá-la, algumas delas de estados distantes.

"Estamos tratando de prestar-lhe uma homenagem e a tudo que ela representa", indicou Paul Duffy à AFP.

Heather Vandergriff, que viajou do estado do Tennessee em uma viagem de dez horas, concordou.

"Não estou pensando muito no futuro", afirmou em relação à luta para substituí-la em Washington.

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