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EUA se aproxima do grande desafio logístico das vacinas

Caminhões e aviões de carga estão prontos para a distribuição das doses da vacina contra a covid-19 nos Estados Unidos, uma complexa operação logística comandada por um general, cujo ritmo deve ser mais lento do que o esperado durante os primeiros meses

AFP
07/12/2020 às 19:09.
Atualizado em 24/03/2022 às 03:48

Caminhões e aviões de carga estão prontos para a distribuição das doses da vacina contra a covid-19 nos Estados Unidos, uma complexa operação logística comandada por um general, cujo ritmo deve ser mais lento do que o esperado durante os primeiros meses.

O General do Exército Gus Perna, diretor da Operação Warp Speed, passou semanas treinando suas tropas - militares do Departamento de Defesa e especialistas do Departamento de Saúde - antes do sinal verde da Agência de Medicamentos americana (FDA) para as vacinas Pfizer/BioNTech e Moderna, o que deve ocorrer logo após 10 e 17 de dezembro, respectivamente.

O plano é entregar o primeiro lote de 6,4 milhões de doses da vacina Pfizer em 24 horas a todos os hospitais e outros locais que o solicitarem.

Nenhum soldado distribuirá a carga. O governo federal paga as doses e dá ordens à iniciativa privada, que vai cuidar de toda a logística.

As doses da Pfizer estão em sua fábrica em Kalamazoo, Michigan.

Seis caminhões sairão carregados diariamente com contêineres com 975 frascos e gelo seco para atingir -70 ° C - necessários para a conservação da vacina - rumo aos aeroportos onde serão distribuídos pela Fedex, UPS e outros empresas de logística. A Pfizer estima que 20 aviões transportarão suas vacinas por dia.

No caso da Moderna, o "envasamento" ocorre em sua subcontratada Catalent em Bloomington, Indiana, para onde a Moderna envia grandes bolsas de 50 litros da vacina, fabricados em New Hampshire.

O objetivo é "ter os caminhões literalmente esperando ao lado da fábrica para carregá-los e partir assim que a FDA aprovar", disse à AFP Stéphane Bancel, chefe da Moderna.

A lista de locais de entrega (hospitais, clínicas, depósitos de redes de farmácias parceiras, consultórios médicos, etc.) é compilada em 64 jurisdições (estados, territórios, cidades) e enviada para Warp Speed.

A função do general Perna é entregar o que está disponível em proporção à população, sem esquecer de enviar as mesmas quantidades das segundas doses, três semanas (Pfizer) ou quatro (Moderna) após a primeira.

"Queremos manter um ritmo voluntário, planejado e coordenado", disse Perna.

A partir da primavera, os planos do governo Trump era ter centenas de milhões de doses até o final de 2020. Os Estados Unidos finalmente receberão 40 milhões de doses em dezembro, o suficiente para vacinar 20 milhões de pessoas.

A Pfizer prometeu 100 milhões de doses em todo o mundo até o início de novembro, mas cortou sua previsão pela metade devido a um problema com os componentes.

"O componente de produção acabou sendo mais complicado e difícil do que esperávamos", admitiu Moncef Slaoui, cientista-chefe da Warp Speed, à CNN.

Nos últimos dias, as previsões ficaram ainda piores: enquanto as autoridades anunciaram na quarta-feira que haveria doses suficientes para imunizar 100 milhões de pessoas até o final de fevereiro, Slaoui adiou no domingo este prazo para "final ou meados de março".

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