INTERNACIONAL

EUA cancela venda de armas a Hong Kong, após restrição de vistos por Pequim

Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira (29) que deixarão de exportar sistemas de defesa sensíveis para Hong Kong, em uma ação que responde a uma restrição de visto que Pequim anunciou anteriormente em meio a uma escalada em torno da autonomia da ex-colônia britânica

AFP
29/06/2020 às 22:15.
Atualizado em 27/03/2022 às 00:10

Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira (29) que deixarão de exportar sistemas de defesa sensíveis para Hong Kong, em uma ação que responde a uma restrição de visto que Pequim anunciou anteriormente em meio a uma escalada em torno da autonomia da ex-colônia britânica.

"Não nos dá prazer tomar essa ação, que é uma consequência direta da decisão de Pequim de violar seus próprios compromissos sob a declaração conjunta sino-britânica registrada pela ONU", disse o secretário de Estado americano, Mike Pompeo.

"Não é mais possível distinguir entre exportações controladas para Hong Kong ou China continental", afirmou Pompeo em um comunicado.

O Departamento de Estado encerrará todas as exportações para Hong Kong de sua lista de armas controladas, que inclui desde munições avançadas a equipamentos militares, que aguardavam apenas a anuência do governo e a aprovação do Congresso.

Mais cedo, a China disse que vai impor restrições de visto a cidadãos americanos que "se comportaram ofensivamente" em relação a Hong Kong, uma medida anunciada antes da aprovação esperada pelos legisladores chineses de uma controversa lei de segurança nacional para a ex-colônia britânica.

O país asiático está se movendo rapidamente para aprovar uma lei de segurança que punirá a subversão e outros ataques contra o estado em Hong Kong, palco de grandes, às vezes violentos, protestos pró-democracia no ano passado.

Na sexta-feira, a administração do presidente americano, Donald Trump, anunciou que restringiria os vistos para um número indeterminado de autoridades chinesas por infringir a autonomia de Hong Kong.

Em resposta, o porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Zhao Lijian, disse nesta segunda-feira que o "ardil" dos Estados Unidos "para obstruir a aprovação da lei de segurança nacional de Hong Kong nunca prevalecerá".

"Para visar as ações ilícitas anteriores dos Estados Unidos, a China decidiu impor restrições de vistos a indivíduos americanos que se comportaram de maneira ofensiva em questões relativas a Hong Kong", afirmou o porta-voz.

Por conta dos gigantescos protestos do ano passado contra a influência de Pequim, o regime do presidente Xi Jinping anunciou uma lei de segurança nacional em Hong Kong no mês passado, mas a oposição democrática da ex-colônia britânica vê isso como uma ferramenta para silenciá-lo.

Os Estados Unidos estão liderando uma oposição global à lei de Pequim, que, segundo ativistas, limitará as liberdades desse território semi-autônomo.

Sob o princípio "um país, dois sistemas", Hong Kong se beneficia desde seu retorno à soberania chinesa em 1997 de uma ampla autonomia, liberdade de expressão e justiça independente.

Mas a região semiautônoma é governada por um Executivo que tem integrantes vinculados a Pequim.

Estados Unidos, Reino Unido, União Europeia (UE) e o Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU expressaram preocupação com a lei, que poderia ser usada para silenciar as críticas a Pequim, que usa leis similares para calar a dissidência.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Gazeta de Piracicaba© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por