Os Estados Unidos bloquearam nesta sexta-feira a adoção de uma declaração do Conselho de Segurança das Nações Unidas de apoio ao acordo russo-turco para a província de Idlib, proposta por Moscou, informaram diplomatas ao final de uma reunião do organismo
Os Estados Unidos bloquearam nesta sexta-feira a adoção de uma declaração do Conselho de Segurança das Nações Unidas de apoio ao acordo russo-turco para a província de Idlib, proposta por Moscou, informaram diplomatas ao final de uma reunião do organismo.
"É prematuro", avaliou Washington quando o embaixador russo, Vassily Nebenzia, que havia solicitado a reunião, pediu aos demais 14 membros do Conselho a adoção de uma declaração comum, informaram diplomatas que pediram para não ser identificados.
Moscou destacou então o pedido dos Estados Unidos para que o Conselho de Segurança adote rapidamente uma resolução - negociada no momento - ratificando o acordo de 29 de fevereiro entre Washington e os talibãs para o Afeganistão.
Os russos deixaram claro que vão se opor a esta resolução, segundo os mesmos diplomatas.
"Vários países receberam positivamente" o acordo de cessar-fogo concluído na véspera entre Rússia e Turquia, destacou Nebenzia. "Queríamos uma declaração, mas devido à posição de uma delegação (EUA) isto não foi possível".
"Há muitas perguntas sobre como (este acordo) funcionará na prática, quem o controlará", disse a embaixadora do Reino Unido, Karen Pierce. "Quem controlará o que está ocorrendo a oeste de Aleppo e, o mais importante, o governo sírio aprovou formalmente e aplicará as disposições do cessar-fogo?".
"Estamos preocupados com milhões de pessoas que estão sofrendo lá e gostaríamos de ver esse cessar-fogo chegar até às zonas de segurança para que as pessoas possam regressar e sobreviver", declarou o embaixador alemão, Christoph Heusgen. "Temos que ver se funcionará".
A ONU avalia que a população da região de Idlib (oeste) está em torno de 3 milhões de pessoas, incluindo um milhão de crianças. Desde o início de dezembro, cerca de um milhão fugiram dos combates e dos bombardeios sírios e russos, mas permanecem retidos na província.
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