Estados Unidos, o país mais afetado do mundo pela pandemia, autorizou a vacina da Moderna, a segunda aprovada contra a covid-19, em um momento em que vários governos tomam medidas drásticas para as festas de Natal e Ano Novo para prevenir um aumento de contágios e mortes
Estados Unidos, o país mais afetado do mundo pela pandemia, autorizou a vacina da Moderna, a segunda aprovada contra a covid-19, em um momento em que vários governos tomam medidas drásticas para as festas de Natal e Ano Novo para prevenir um aumento de contágios e mortes.
Neste sábado (19), a capital do México e setores de Sydney - a cidade mais populosa da Austrália - começaram a aplicar restrições, e a Itália anunciou na sexta-feira novas medidas nesta época de festas, incluindo o fechamento de bares e restaurantes e muitas lojas, e a proibição de viagens entre regiões. Será permitida apenas uma saída ao ar livre diária por casa.
Estados Unidos, que registra mais de 2.500 mortes por dia por covid-19, é a primeira nação a autorizar as duas doses da Moderna, a segunda vacina a ser implementada em um país ocidental depois da desenvolvida pela Pfizer e BioNTech.
Milhões de doses começarão a ser enviadas neste fim de semana a partir de lugares de armazenamento em temperaturas frias localizados nos arredores das cidades de Memphis e Louisville.
Os países depositam suas esperanças nas vacinas para deter uma pandemia que já matou ao menos 1,66 milhão de pessoas e infectou mais de 74 milhões em todo o mundo.
Nos Estados Unidos, altos funcionários foram vacinados na sexta-feira, incluindo o vice-presidente Mike Pence, cuja vacinação pública tenta persuadir os céticos das vacinas a se juntar a ele.
O presidente eleito Joe Biden, que assumirá o cargo em 20 de janeiro, anunciou que se vacinará, também em público, na segunda-feira.
O atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por muito tempo cético sobre a gravidade da pandemia e que atualmente pode ser imune ao vírus depois contraí-lo, também afirmou que estaria disposto a receber a vacina.
Trump esteve ausente na vacinação pública de Pence, mas atribuiu o mérito dos avanços das vacinas registrados em tempo recorde a si mesmo várias vezes, apesar das mais de 310.000 mortes que seu país lamenta até agora.
Outros líderes mundiais, do presidente russo Vladimir Putin ao primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu, também se comprometeram a receber injeções públicas para aumentar a confiança nas vacinas.
Na Europa, a preocupação aumentou depois que o primeiro-ministro eslovaco Igor Matovic deu positivo para covid-19 uma semana depois de comparecer a uma cúpula da União Europeia em Bruxelas.
Acredita-se que foi lá que o presidente francês Emmanuel Macron contraiu o vírus. Seu diagnóstico positivo levou uma série de líderes europeus e funcionários franceses a se autoconfinar. Macron reconheceu na sexta-feira que sua infecção o fez "diminuir o ritmo", mas insistiu que ainda participava ativamente nos assuntos do governo, incluindo as negociações comerciais sobre o Brexit.
A União Europeia, que enfrenta uma forte pressão para aprovar as vacinas, tem a intenção de começar suas vacinações com o produto da Pfizer-BioNTech antes do fim do ano, e alguns países anunciaram que em 27 de dezembro iniciarão suas campanhas de vacinação.
No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro, que minimizou o coronavírus sistematicamente, zombou dos possíveis efeitos colaterais da vacina da Pfizer. "No documento da Pfizer está muito claro: "não somos responsáveis por nenhum efeito colateral". Se você virar um jacaré, é problema seu", disse.