As autoridades de saúde dos Estados Unidos aprovaram na sexta-feira à noite o uso emergencial da vacina da Pfizer-BioNTech contra a covid-19.
O presidente Donald Trump afirmou em um vídeo publicado no Twitter pouco depois da aprovação que a notícia é um "milagre médico" e as primeiras doses serão administradas nos Estados Unidos "em menos de 24 horas".
A decisão foi anunciada no dia em que o país registrou um novo recorde, com quase 235.000 casos do novo coronavírus em 24 horas, de acordo com os números da Universidade Johns Hopkins.
Estados Unidos se tornaram o sexto país a aprovar esta vacina, que deve ser aplicada em duas doses, depois do Reino Unido, Bahrein, Canadá, Arábia Saudita e México.
A autorização mexicana foi anunciada poucos minutos antes da aprovação americana.
E assim como nos Estados Unidos, a decisão do México aconteceu no dia em que o país registrou o recorde de contágios diários, com 12.253 casos, em meio a uma escalada de infecções e internações na capital do país.
O governo mexicano já havia anunciado a intenção de começar a vacinação no fim de dezembro, com um primeiro lote de 250.000 doses até janeiro. Mas precisava da autorização oficial.
Estados Unidos registram 295.000 mortes provocadas pela covid-19 e mais de 15 milhões de casos. O México tem um balanço de 1,2 milhão de contágios e mais de 113.000 vítimas fatais.
A aprovação nos Estados Unidos foi anunciada um pouco antes do esperado e no final de um dia em que a imprensa informou que a Casa Branca havia ameaçado demitir o diretor da Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA), Stephen Hahn, caso o organismo não divulgasse a aprovação de emergência na sexta-feira.
O país espera ter 20 milhões de pessoas inoculadas ainda em dezembro, com prioridade para profissionais de saúde e residentes de casas de repouso.
O governo também anunciou na sexta-feira que comprou 100 milhões de doses adicionais da vacina contra a covid-19 da Moderna, após as notícias de que teria deixado passar a oportunidade de assegurar uma quantidade maior de vacinas da Pfizer.
A compra eleva o fornecimento total de doses da Moderna a 200 milhões, suficiente para imunizar 100 milhões de pessoas com o regime de duas injeções. A vacina pode ser aprovada pela FDA na próxima semana.
As vacinas da Pfizer-BioNTech e Moderna são baseadas no método RNA mensageiro e sua aprovação constitui um êxito para esta tecnologia, que não havia sido testada previamente.
Mas outras duas vacinas registraram problemas na sexta-feira.
Os laboratórios francês Sanofi e britânico GSK sofreram um duro revés e anunciaram que sua vacina só deve ficar pronta no fim de 2021, após resultados abaixo do esperado nos primeiros testes clínicos.