INTERNACIONAL

EUA aprova novas ajudas por COVID-19, e UE adia plano de resgate

Os Estados Unidos aprovaram, na quinta-feira (24), um novo pacote de ajuda de quase meio bilhão de dólares, enquanto a União Europeia adiou a adoção de seu plano de reconstrução para amenizar os efeitos devastadores do novo coronavírus na economia

AFP
24/04/2020 às 08:41.
Atualizado em 31/03/2022 às 02:06

Os Estados Unidos aprovaram, na quinta-feira (24), um novo pacote de ajuda de quase meio bilhão de dólares, enquanto a União Europeia adiou a adoção de seu plano de reconstrução para amenizar os efeitos devastadores do novo coronavírus na economia.

Em uma cena inédita no Congresso americano, legisladores da Câmara de Representantes usaram máscaras e votaram em pequenos grupos para aprovar, de maneira esmagadora, um plano de ajuda de 483 bilhões de dólares. Em março, um pacote de 2,2 trilhões de dólares já havia sido aprovado.

O valor de ontem será destinado às pequenas empresas à beira da falência e a hospitais sobrecarregados pela crise. Nas últimas cinco semanas, mais de 26 milhões de americanos pediram seguro-desemprego.

Os Estados Unidos registraram um de seus piores dias desde o início da pandemia: 3.176 pessoas morreram nas últimas 24 horas, segundo contagem da Johns Hopkins University. A maior potência do mundo se aproxima das 50.000 mortes, o maior número para um país.

O presidente Donald Trump disse que assinará rapidamente o projeto, já aprovado pelo Senado.

Na Europa, continente mais atingido com 111.000 mortes, os líderes da UE discutiram seu próprio pacote durante quatro horas de videoconferência. A expectativa é que o valor chegue a pelo menos 1,5 trilhão de euros.

O bloco de 27 países concordou em encarregar a Comissão Europeia de esboçar um fundo de recuperação até 6 de maio.

O custo econômico e social não espera, porém: a Europa verá seu Produto Interno Bruto (PIB) despencar até 7,1% em 2020, segundo o Fundo Monetário Internacional.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, advertiu para o "risco de fazer muito pouco e muito tarde".

A crise expõe as divisões entre os países do Sul e do Norte e reabre as feridas da crise financeira de 2009.

Enquanto isso, continua a corrida mundial para conseguir um tratamento, ou uma vacina contra o coronavírus. A Universidade de Oxford deu início, na quinta-feira a testes clínicos em humanos de uma vacina, e a Alemanha anunciou testes similares que começarão na próxima semana.

Um estudo apresentado pelo governo dos Estados Unidos aponta que os raios do sol podem matar rapidamente o novo coronavírus, alimentando a esperança de que a pandemia seja contida no hemisfério norte durante o verão.

"Nossa observação mais gritante até o momento é o potente efeito que a luz solar parece ter para matar o vírus, tanto em superfícies como no ar", explicou o assessor sobre ciência e tecnologia do Conselho do Segurança Nacional, William Bryan, em entrevista coletiva na Casa Branca.

Os dramas da pandemia continuam aflorando em silêncio em uma Europa vazia, onde nove em cada dez aviões deixaram de voar em março.

Em Milão, a cidade italiana mais afetada (13.000 mortos na região da Lombardia), as autoridades começaram a enterrar, ontem, dezenas de corpos que não foram procurados por ninguém.

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