Balanço da SSP (Secretaria da Segurança Pública) foi divulgado essa semana; Estado de São Paulo encerrou o quarto mês do ano (abril) com uma queda de 10% nos feminicídios (Divulgação)
O Estado de São Paulo encerrou o quarto mês do ano (abril) com uma queda de 10% nos feminicídios. De janeiro a abril deste ano, aconteceram 81 crimes contra as mulheres. Nos quatro meses do ano passado, foram 90 registros. Só no mês de abril, 20 casos foram registrados em todo o território paulista; no mesmo mês do ano passado, foram 16 feminicídios.
De acordo com a DDM (Delegacia de Defesa da Mulher), as denúncias de estupros diminuíram durante o mês de abril. Os registros passaram de 1.219 para 1.174 — queda de 3,6%.
O monitoramento constante dos dados permite que as autoridades desenvolvam iniciativas e políticas públicas eficazes para contribuir com a proteção das mulheres, avalia a coordenadora das DDMs, a delegada Adriana Liporoni. "Os dados refletem as iniciativas adotadas pelo Estado", disse a delegada. "É um crime que envolve fatores sociais e culturais, além de diversos outros órgãos que vão além da segurança pública."
A coordenadora das DDMs indicou que o fortalecimento das ações em todo o estado, desde o recebimento da denúncia, investigação até a oferta de redes de apoio, é crucial no enfrentamento do crime contra as mulheres.
O encorajamento da mulher em denunciar qualquer tipo de violência doméstica ou familiar é um exemplo da confiança da vítima nas instituições. "Antes muitas vítimas tinham receio em denunciar e levar o caso adiante, mas, atualmente, percebemos essa mudança”, acrescentou. "A denúncia é o primeiro passo para encerrar o ciclo de violência."
Como reflexo, cita a delegada, há um aumento progressivo nas denúncias de violência doméstica, reduzindo a subnotificação para esse tipo de crime. Neste ano, as mulheres registraram 71 mil boletins de ocorrência, 8% a mais que os casos denunciados de janeiro a abril do ano passado.
Rede de apoio forte em todo o Estado
Devido à complexidade do crime de violência contra a mulher, o Governo de São Paulo tem expandido a rede de apoio às vítimas. Neste ano, foram inauguradas sete delegacias da mulher que funcionam 24 horas. Desse modo, todas as regiões do Estado de São Paulo contam com uma unidade especializada para atendimento às vítimas de violência doméstica e familiar.
O Estado conta com 141 delegacias especializadas na proteção da mulher. Com uma equipe técnica, as unidades conduzem as investigações e o atendimento às mulheres de forma orientada, sem pré-julgamentos e em um espaço acolhedor.
As cidades paulistas também contam com 162 salas DDMs que funcionam nos plantões policiais. São espaços para que as mulheres sejam atendidas por uma equipe especializada da DDM por videoconferência para registro de ocorrência e orientação — 68 foram inauguradas no ano passado.
"A expansão das salas DDMs é uma importante iniciativa para o combate à violência doméstica e na garantia de um atendimento especializado às vítimas num momento tão vulnerável", informou a delegada Cláudia Nogueira Cobra, coordenadora da DDM Online.
Outra iniciativa foi a criação da Cabine Lilás, instalada no Copom (Comando de Operações da Polícia Militar). O projeto, que começou na capital e foi expandido para São José do Rio Preto e Campinas, conta com atendimento exclusivo de policiais femininas via número 190, onde a vítima é informada sobre os direitos, redes de apoio disponíveis na região em que mora, acionamento de viaturas e ainda recebe orientações diversas sobre como agir em determinadas situações.
Também é orientada a abrir um boletim de ocorrência sem sair de casa, por meio do aplicativo SP Mulher Segura, sobre assistência jurídica gratuita, pensão alimentícia e guarda do filho, rede de abrigo, auxílio-aluguel, além de serviços de acolhimento e atendimento à saúde.
No aplicativo SP Mulher Segura, a vítima pode registrar a ocorrência de qualquer lugar. Em casos onde há medida protetiva, a vítima tem à disposição o botão do pânico, para acionamento imediato da Polícia Militar. Se o agressor for monitorado com tornozeleira eletrônica, a PM recebe informações em tempo real por georreferenciamento caso ele se aproxime da vítima, gerando um alerta para as equipes que estão nas ruas.
Homicídios no interior de SP: menor patamar em 25 anos
O interior de São Paulo registrou, em abril deste ano, o menor número de homicídios da série histórica, resultando na redução das mortes intencionais. No período, foram registrados 106 homicídios dolosos — quando há intenção de matar — nas cidades do interior paulista, 14 a menos do que no mesmo período de 2024, quando houve 120 ocorrências. A queda representa uma redução de 11,6% no índice criminal.
Essa é a menor marca para o mês desde o início da série histórica, em 2001. O número reflete as ações policiais integradas pelas Polícias Militar e Civil em todo o estado para combater esse tipo de crime, incluindo investigações, cumprimentos de mandados e trabalhos de inteligência.
Queda dos latrocínios no interior do Estado
O Estado de São Paulo registrou uma queda histórica no número de homicídios e latrocínios. Os dados da Secretaria da Segurança Pública indicam que, entre janeiro e abril deste ano, os crimes contra a vida atingiram o menor patamar desde 2001.
Os latrocínios tiveram 15% de queda no período. A quantidade passou de 60 no ano passado para 51 crimes neste ano. A maior queda foi registrada no interior paulista, com 21 casos. Somente em abril, aconteceram 13 roubos seguidos de morte em todo o estado, um a menos na comparação com 2024.
Os resultados são reflexo do trabalho contínuo e ostensivo das Polícias Civil e Militar, que realizam diligências para elucidar e esclarecer crimes contra a vida, além de apreender armas com registro de posse ou porte ilegal. No período, mais de 600 armas de fogo irregulares foram apreendidas no interior.
Além disso, 5.829 pessoas foram presas em flagrante e 4.856 foram detidas em decorrência de investigações, que resultaram no cumprimento de mandados de prisão em todo o interior. Da mesma forma, 413 menores foram apreendidos em flagrante e outros 138 por mandado.
Abril: redução nos crimes patrimoniais no interior do Estado
Os crimes patrimoniais no interior de São Paulo, incluindo roubos, roubos de veículos e furtos em geral, registraram uma redução histórica no mês de abril. Segundo balanço divulgado pela Secretaria da Segurança Pública, os roubos de veículos atingiram o menor número desde 2001, com uma queda de 26,4%, passando de 624 para 459 ocorrências. Além disso, 1.506 automóveis foram recuperados pelas forças de segurança do estado em abril.
Os roubos em geral caíram 23,3%, passando de 2.987 para 2.290 registros, resultado do empenho da polícia paulista no combate a quadrilhas especializadas nesse tipo de crime. Foi o menor índice para o período dos últimos 25 anos. Os roubos de carga também tiveram uma queda expressiva no interior: 39%, com 64 ocorrências em abril — a menor desde 2008.
Furtos têm queda consecutiva
De acordo com os dados estatísticos, os furtos em geral nas cidades paulistas reduziram 6,5% durante o mês de abril, na comparação com 2024. Foram 18.541 ocorrências no período. Foi o terceiro menor índice da série histórica.
Os furtos de veículos recuaram 6,9%, fechando o mês com 2.091 casos registrados.
Os resultados refletem o impacto positivo e estratégico do patrulhamento ostensivo, do mapeamento de áreas com maior incidência criminal, dos trabalhos de inteligência e da repressão ao crime organizado.
Apreensão de mais de 66 toneladas de drogas em SP
As forças de segurança do Estado de São Paulo registraram um aumento de 26,7% nas apreensões de drogas nos primeiros quatro meses deste ano, em comparação com o mesmo período de 2024. De janeiro a abril, foram apreendidas 66,2 toneladas de entorpecentes, enquanto no ano anterior, o total foi de 52,3 toneladas.
A maior parte das apreensões foi de maconha, totalizando 42,5 toneladas. As demais incluíram 13,1 toneladas de cocaína, 2,3 toneladas de crack e 8,1 toneladas de outras drogas.
O tráfico é uma das principais fontes de renda ilícita do crime organizado. Com a retirada dos entorpecentes de circulação, as Polícias Civil e Militar causaram um prejuízo milionário às quadrilhas. Só de maconha apreendida nesses quatro primeiros meses deste ano, estima-se um rombo superior a R$ 52 milhões às organizações criminosas. Entre crack e cocaína, o prejuízo é ainda maior, chegando a R$ 262 milhões, conforme o valor do quilo da droga negociado no mercado nacional.
Ações contra o tráfico de drogas
O Estado de São Paulo tem intensificado as ações para desmantelar quadrilhas especializadas em tráfico de drogas. Entre as iniciativas estão, principalmente, operações conjuntas entre as Polícias Civil e Militar, e investimentos em inteligência e tecnologia para rastrear e identificar traficantes.
Além disso, parcerias com outros estados e órgãos federais para combater o crime organizado, e o aumento do efetivo policial nas áreas de divisa e em pontos estratégicos, também têm colaborado para os resultados.
Em abril, a Polícia Civil apreendeu 500 quilos de maconha em Taciba, na divisa com o estado do Paraná. A ação aconteceu horas depois de os agentes interceptarem um caminhão com duas toneladas da mesma droga. As substâncias pertenciam a uma organização criminosa responsável pelo tráfico de entorpecentes na região metropolitana de São Paulo.
Essas ações têm contribuído para o aumento das apreensões e para a desarticulação de organizações criminosas, impactando significativamente o fluxo de drogas no Estado.