Após vencer quilômetros e quilômetros, nadando em cardumes contra a correnteza, eles chegam ao salto (Mateus Medeiros)
"Tem peixe saindo pelo ladrão", disse ontem à tarde Luis Fernando Magossi, o Gordo, presidente do Instituto Beira Rio, ao comentar a grande quantidade de peixes que está subindo o rio Piracicaba. É o período da piracema, importante para a reprodução dos peixes e que teve início em novembro, com a procissão de pacu, dourado, piapara e tantos outros, rumo à cabeceira do rio. Segundo Magossi, a migração teve início em setembro, principalmente dos curimbas.
Após vencer quilômetros e quilômetros, nadando em cardumes contra a correnteza, eles chegam ao salto, o grande obstáculo a ser superado para prosseguirem a jornada rio acima. Alí, dão um show à parte quando saltam para ultrapassar a queda d’água. Na parte mais calma, no pé do salto, dá para ver os cardumes e a água “fervendo” de peixes.
“Isso é resultado de todas as solturas de nove anos e meio que fizemos com nossos parceiros. Já foram soltos um milhão e 100 mil alevinos (filhotes de peixes). Chegam à idade adulta e vão procriar. Então tem essa enormidade de peixes. Muito pacu, curimba, dourado, jurupensém, piracanjuba... Neste ano, percebi que tem menos lambaris, não sei o motivo. Mas está maravilhoso”, observou.
Na opinião de Magossi, daria para ser liberada a pesca esportiva no rio inteiro e de subsistência, com vara, da Ponte do Morato para baixo. “Mas a polícia ambiental não permite, apenas a partir de Ártemis”, disse.
Ele conta que, na quinta-feira (12), fez um passeio de barco com pessoas de uma empresa de Americana. “Foram cinco voltas e já na primeira os passageiros puderam ver um dourado de uns 15 quilos que pulou ao lado do barco”, relatou eufórico.
A piracema se estenderá até o dia 28 de fevereiro.