O esquerdista Andrés Arauz e o direitista Guillermo Lasso vão disputar a presidência do Equador em um segundo turno no dia 11 de abril, segundo duas pesquisas divulgadas após as eleições gerais deste domingo (7)
O esquerdista Andrés Arauz e o direitista Guillermo Lasso vão disputar a presidência do Equador em um segundo turno no dia 11 de abril, segundo duas pesquisas divulgadas após as eleições gerais deste domingo (7).
Arauz, um economista de 36 anos apadrinhado pelo ex-presidente Rafael Correa, obteve entre 34,9% e 38% dos votos, de acordo com as empresas Cedatos e Clima Social.
Lasso, um ex-banqueiro de 65 anos, obteve entre 20% e 21,7% dos votos, acrescentaram os pesquisadores, que colocam o líder indígena Yaku Pérez em terceiro lugar.
O Equador deve voltar às urnas, pois nenhum dos 16 candidatos obteve a metade mais um dos votos válidos ou chegou a 40% deles mais uma diferença de dez pontos em relação ao segundo, o que evitaria um segundo turno.
A autoridade eleitoral divulgará uma contagem rápida dos resultados à noite.
Arauz rapidamente reivindicou a vitória, em uma eleição marcada pela dispersão do voto em um número recorde de candidatos e pelas medidas contra a pandemia, que levaram a longas filas nas seções eleitorais.
"Uma vitória retumbante em todas as regiões de nosso lindo país. Nosso triunfo é de 2 a 1 contra o banqueiro. Parabéns ao povo equatoriano por esta festa da democracia. Vamos aguardar os resultados oficiais para festejar", escreveu no Twitter.
Se as projeções se confirmarem, os equatorianos terão que escolher entre Arauz e Lasso o sucessor do impopular presidente Lenín Moreno, que optou por não tentar a reeleição. Seu mandato de quatro anos termina em 24 de maio.
Essas eleições, como anteciparam os analistas, giraram em torno de Correa, o popular ex-presidente que governou entre 2007 e 2017. Da Bélgica, onde mora, ele agitou a campanha para que a esquerda nacionalista recuperasse o poder após romper com Moreno, seu ex-vice-presidente.
Cerca de 13,1 milhões de eleitores foram convocados às urnas no país, onde o voto é obrigatório. Arauz, que não podia votar porque estava registrado no México, apostava até na vitória em primeiro turno.
"A resposta dos cidadãos foi avassaladora em todas as partes do país e sabemos que isto vai se refletir no voto cidadão", disse Arauz à imprensa após acompanhar sua avó materna na votação.
Por seu vez, Lasso disse que estaria nas urnas com "quem o povo equatoriano quisesse". "No próximo dia 11 de abril, a vitória será esmagadora a favor da mudança", declarou ele após votar em Guayaquil.
Se a autoridade eleitoral corroborar o que preveem os pesquisadores, o país se dividirá entre os que amam e odeiam Correa. A esquerda também foi representada nessa eleição pelo líder indígena Yaku Pérez, adversário do ex-presidente.
Dependendo de sua votação, ele pode ser figura decisiva para o próxima duelo.
"Embora seja iminente a tendência ao correismo ou ao anti-correismo, há uma porcentagem significativa do eleitorado procurando outra coisa. As pessoas consideram que o Equador deve enfrentar outros problemas", como a pobreza (25%), o desemprego (8,59%) e a corrupção, que tem atormentado o correismo, comentou a cientista política Karen Garzón Sherdek, da Universidade SEK.
O país, de 17,4 milhões de habitantes, enfrenta uma crise acentuada pela queda do preço petróleo, seu principal produto de exportação, enquanto a dívida externa dobrou de tamanho e agora representa 44% do PIB.