Um retorno tímido ao trabalho ou uma nova queda no balanço diário de mortes na Espanha deram esperança sobre a utilide das medidas de confinamento contra o coronavírus, que continua avançando pelo mundo
Um retorno tímido ao trabalho ou uma nova queda no balanço diário de mortes na Espanha deram esperança sobre a utilide das medidas de confinamento contra o coronavírus, que continua avançando pelo mundo.
A COVID-19 matou mais de 112.500 pessoas e infectou 1,8 milhão em todo o mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta segunda-feira que o desenvolvimento de uma vacina "segura e eficaz" é necessário para impedir completamente sua propagação.
"Sabemos que a COVID-19 se propaga rapidamente e sabemos que é letal: 10 vezes mais do que vírus responsáveis contra a pandemia de influenza A (H1N1) de 2009", disse o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Com a pior recessão desde a de 1929, a paralisação das indústrias contribuiu para o colapso dos preços do petróleo. Após um acordo "histórico" no domingo, em que os países produtores de petróleo anunciaram um corte de 10 milhões de barris por dia a partir de 1º de maio, ou presidente dos EUA, Donald Trump, escreveu nesta segunda-feira que os países produtores de petróleo estão pensando em cortar "20 milhões de barris por dia, e não 10 geralmente mencionados".
Os Estados Unidos são o país mais afetado pela pandemia, com mais de 22.000 mortes - cerca de 10.000 somente no estado de Nova York - e 560.000 casos. A Europa contabiliza mais de 80.000 mortes e se aproxima de 1 milhão de contágios.
"O pior já passou se continuaremos sendo inteligentes a partir da agora", respeitando as medidas de confinamento, alertou o governador Andrew Cuomo. "Mas se fizermos algo estúpido, veremos os números de voltarem amanhã", acrescentou.
Segundo país mais atingido do mundo, a Itália registrou 566 novas mortes nas últimas 24 horas, alcançando um total de 20.465 mortes, de acordo com o último balanço oficial, que mostra uma diminuição nos pacientes em terapia intensiva no décimo dia consecutivo.
"Existem sinais positivos, mas o número de mortes ainda é alta", disse Giovanni Rezza, membro do Instituto Superior de Saúde (ISS).
Na Espanha, o terceiro país mais castigado pelo vírus, registrou 517 mortes nas últimas 24 horas, com um total de 17.489 óbitos. Com a queda no número de mortes, tem sido observado o menor número de infecções diárias, o mais baixo desde 20 de março, em um número total de 169.496.
A primeira onda do novo coronavírus não terminou nos Estados Unidos, mas especialistas alertam que uma segunda atingirá o país se o retorno ao normal for muito repentino.
"Acordem, até 50% deste país acabará infectado!", disse Michael Osterholm, diretor do Centro de Pesquisa de Doenças Infecciosas da Universidade de Minnesota, na segunda-feira à MSNBC.
Na Espanha, depois de duas semanas paralisadas, as atividades foram retomadas em setores econômicos não essenciais nesta segunda-feira, principalmente na construção e na indústria, apesar do fato de o confinamento dos 47 milhões de espanhóis ainda estar em vigor e o governo pedir para manter medidas de distanciamento social.
O governo começou a distribuir 10 milhões de máscaras para pessoas forçadas a usar o transporte público para voltar ao trabalho.
Já na França, o retorno ao trabalho ainda está fora de cogitação. O país contabiliza 547 novas mortes está perto de 15.000 (de mais de 132.000 casos), embora também observe "uma queda muito leve" do número de pacientes em terapia intensiva.