As máscaras já eram um acessório comum na Espanha, mas desde quinta-feira (21) são obrigatórias em espaços abertos e fechados. Uma ordem que a população entende, porque sem ela "é como pular na piscina sem saber nadar", diz Cristina Quevedo, professora do ensino fundamental.
Nesta quinta-feira, quase todos os pedestres no centro de Madri usavam a máscara, cumprindo a ordem do governo de usá-la sempre que os dois metros de distância interpessoal de segurança não puderem ser respeitados. A medida é obrigatória a partir dos 6 anos de idade.
"Entendo que é desconfortável, está quente, mas hoje acho que é uma medida sensata, porque somos muitos nas ruas, e talvez haja pessoas que o têm (o vírus) e não sabem disso", disse Marta Ranz, mãe de três filhos, que saiu com eles para um passeio de bicicleta e patinetes.
"É muito quente e irritante, e dá muita agonia, porque quando você corre, você engole o ar, e é muito, muito irritante", diz sua filha de 8 anos, Marcela, que começou a usar uma máscara no final de abril, quando as crianças puderam começar a sair por uma hora por dia.
Apesar do inconveniente, Marcela entende a medida, pois, se não forem tomadas precauções, "o vírus nunca desaparecerá".
"Quanto mais ferramentas usarmos, melhor", diz Miguel Domingo, um arquiteto de 49 anos que aproveitou a manhã para passear com seus dois cães pelo bairro de Chueca, em Madri.
"Não é uma questão de obedecer, é uma questão de responsabilidade de todos. Se todos tivessem a responsabilidade de ter um pouco de bom senso, isso não teria saído do controle por toda a Europa", avalia.
Cristina Quevedo, professora, diz que a máscara lhe dá "segurança". Ela diz que seu filho de 7 anos e sua filha de 10 anos "se acostumaram facilmente", porque recentemente a menina estava "doente e teve que usar uma máscara o tempo todo dentro de casa".
"Não sabemos se foi a COVID, eles não fizeram nenhum teste", acrescenta Cristina, que acredita que descer a rua "sem máscara é como pular na piscina sem saber nadar".
Madri foi uma das áreas da Europa mais afetadas pela pandemia, com mais de 8.900 mortes, um terço do total espanhol, segundo o Ministério da Saúde.
Nas últimas semanas, o governo organizou várias entregas de máscaras nos principais pontos de transporte público do país e, há um mês, estabeleceu o preço máximo pela venda de máscaras cirúrgicas ao público em 96 centavos de euro.
Tanto nas vias públicas quanto nos supermercados, farmácias e lojas que abriram timidamente nos dias de hoje, a grande maioria das pessoas já usava máscaras. E no transporte, o governo já havia imposto a obrigação de usá-la, sob pena de multa.
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