A Espanha espera "criar mais de 800 mil novos empregos em três anos" graças aos fundos do plano europeu para impulsionar a economia contra os efeitos do coronavírus, anunciou nesta quarta-feira (7) o chefe de Governo Pedro Sánchez
A Espanha espera "criar mais de 800 mil novos empregos em três anos" graças aos fundos do plano europeu para impulsionar a economia contra os efeitos do coronavírus, anunciou nesta quarta-feira (7) o chefe de Governo Pedro Sánchez.
O Executivo espera alocar durante seis anos, entre 2021 e 2026, os 140 bilhões de euros atribuídos por Bruxelas à Espanha para relançar a sua economia, afirmou o governante durante a apresentação do seu plano de recuperação.
"Vamos abordar a nova modernização da Espanha", disse o dirigente do país, um dos mais atingidos, nas áreas da saúde e economia, pela pandemia de coronavírus na Europa.
"Devemos superar este golpe brutal e transformá-lo em uma oportunidade de avanço", insistiu Sánchez, que lidera um governo de coalizão minoritário entre seu partido socialista e o de esquerda radical Podemos.
Há semanas, Sánchez pressiona seus aliados potenciais para apoiar o orçamento do Estado, cuja adoção é, segundo ele, indispensável para lançar os investimentos do plano de recuperação.
Metade dos fundos do plano de reativação europeu, aprovado no verão (hemisfério norte), consistirá em subvenções diretas e a outra metade em créditos.
Uma primeira parcela de 72 bilhões de euros será desbloqueada no período 2021-2023 para financiar projetos "que serão executados em três anos e darão um salto na modernização e na criação de empregos", assegurou Sánchez.
Mais de 37% deste montante será atribuído a políticas de transição econômica e quase 33% à transição digital, conforme estabelecido pela Comissão Europeia nos objetivos deste plano de reativação.
"Não se trata apenas de recuperar o PIB que a pandemia tirou de nós, mas de crescer de outra forma", enfatizou Sánchez.
A meta é fortalecer o crescimento econômico que deve ser de pelo menos 7,2% em 2021, enquanto "a recuperação já está em andamento", garantiu na terça-feira a ministra da Economia, Nadia Calviño.
Este plano de estímulo deve, portanto, trazer, segundo Calviño, dois ou três pontos adicionais de crescimento do PIB, que pode avançar, na melhor das hipóteses, quase 10% no próximo ano.
A Espanha, com uma economia duramente afetada por sua dependência do turismo e do setor de hospitalidade, é o segundo maior beneficiário dos fundos europeus depois da Itália.
De acordo com as últimas previsões do governo, atualizadas nesta terça-feira, a economia espanhola vai afundar 11,2% neste ano, dois pontos a mais do que a previsão em maio.
O desemprego, que já é o segundo mais elevado da União Europeia, deve subir para 17,1% até ao final do ano.
Além disso, o déficit público atingirá 11,3% do PIB neste ano, enquanto a dívida pública ultrapassou 110% do PIB no segundo trimestre.
O plano "Next Generation EU", atualmente em análise no Parlamento Europeu, envolve um fundo de 750 bilhões de euros para ajudar os Estados do bloco a estimular suas economias após a crise sanitária.