A Espanha se tornou, nesta quarta-feira (21), o primeiro país da União Europeia a exceder um milhão de infecções por covid-19 relatadas, de acordo com dados oficiais, enquanto o governo estuda novas medidas para impedir a propagação da pandemia
A Espanha se tornou, nesta quarta-feira (21), o primeiro país da União Europeia a exceder um milhão de infecções por covid-19 relatadas, de acordo com dados oficiais, enquanto o governo estuda novas medidas para impedir a propagação da pandemia.
O país registrou 16.973 casos nas últimas 24 horas, segundo a última contagem do Ministério da Saúde, que elevou o total para 1.005.295 desde que o primeiro caso foi diagnosticado em 31 de janeiro na ilha de La Gomera, no arquipélago de Ilhas Canárias.
O número de mortes subiu para 34.366, 156 delas contabilizadas nas últimas 24 horas, informou o Ministério.
A Espanha, com 47 milhões de habitantes, é o sexto país do mundo a superar a barreira de um milhão de casos. Os outros cinco são Estados Unidos, Índia, Brasil, Rússia e Argentina, de acordo com uma contagem da AFP baseada em números oficiais.
Com mais jovens infectados, esta segunda onda da pandemia está sendo menos letal na Espanha do que a primeira, que atingiu seu clímax entre o final de março e o início de abril, com cerca de 800 mortes por dia. No entanto, especialistas de saúde alertam que alguns hospitais podem entrar em colapso novamente.
O ministro da Saúde, Salvador Illa, afirmou na terça-feira que o governo avalia várias medidas, incluindo um toque de recolher, uma medida tomada na França, na Bélgica, na Eslovênia e em duas regiões da Itália.
"Semanas muito duras virão, o inverno (europeu) está chegando, a segunda onda não é mais uma ameaça, é uma realidade em toda a Europa", advertiu Illa, afirmando que o governo está "aberto a todas as abordagens possíveis" contra o vírus.
O ministro da Saúde vai se reunir na quinta-feira com representantes das regiões autônomas, que têm responsabilidades na área da saúde pública, para atualizar o plano anti-covid.
A Espanha foi um dos países mais atingidos pela primeira onda da pandemia, até aplicar um dos mais rígidos confinamentos da Europa entre março e junho e controlar as infecções.
Os casos voltaram a se multiplicar a partir de julho, com as autoridades tentando salvar a temporada de turismo, um dos motores da economia espanhola, o rápido retorno à vida social e noturna, e problemas no sistema de rastreamento de infectados, de acordo com os especialistas.
Desentendimentos entre as administrações central e regional, e entre os partidos políticos, sobre o escopo das medidas a serem aplicadas em face da recuperação também prejudicaram a resposta, disseram os especialistas.
À medida que as infecções aumentam, as regiões aplicam medidas de alcance variado para detê-las.