A Espanha decretou, neste domingo (25), em várias de suas regiões, outra medida drástica em uma Europa afetada pela segunda onda do coronavírus, que provocou um recorde de casos diários nos Estados Unidos
A Espanha decretou, neste domingo (25), em várias de suas regiões, outra medida drástica em uma Europa afetada pela segunda onda do coronavírus, que provocou um recorde de casos diários nos Estados Unidos.
Diante de uma situação considerada "extrema", o governo de Pedro Sánchez decretou neste domingo um novo estado de alerta, em princípio por 15 dias, mas com a intenção de prolongá-lo até o início de maio.
Este decreto é acompanhado da imposição de um toque de recolher em todo o país das 23h00 às 06h00, exceto nas ilhas Canárias onde a incidência do vírus é menor.
No sábado à noite, ao menos nove regiões espanholas pediram ao governo central para proclamar esse estado de alerta, embora algumas cidades e territórios já tenham se adiantado com restrições e toques de recolher locais, como Madri, Castilla e León (norte), Valencia (leste) e Granada (sul).
Trata-se do segundo estado de alerta decretado na Espanha, após um primeiro imposto em março e que durou até junho, com o confinamento geral da população para conter a primeira de contaminação da pandemia, responsável por quase 35.000 mortes no país.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou neste domingo que, na véspera, foram confirmados 465.319 casos do novo coronavírus, um novo recorde mundial pelo terceiro dia consecutivo (449.720 na sexta e 437.247 na quinta).
Quase a metade desses casos foram registrados na Europa, com 221.898 em um dia. O continente acumula cerca de 9 milhões de contágios e mais de 260.000 mortes.
De acordo com a OMS, o hemisfério norte encontra-se em um "momento crítico" da pandemia, alertou na sexta-feira o diretor da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
A França registrou neste domingo um número recorde diário de contaminações no país, após o diagnóstico de mais 52.010 positivos, segundo dados das autoridades de Saúde Pública. O número de mortes no país aumentou em 116, alcançando 34.761.
Diante da segunda onda de contaminações, vários países europeus, como a França, instauraram toques de recolher desde meados de outubro.
Na Itália, três regiões com as cidades mais populosas adotaram a medida nos últimos dias: Lazio (Roma, centro), Lombardia (Milão, noroeste) e Campânia (Nápoles, sudoeste). Pelo menos duas outras regiões, Piemonte (norte) e Sicília (sul), seguirão o exemplo durante a próxima semana.
Depois de um número recorde de infecções no sábado - 20.000 em 24 horas para mais de 500.000 casos e 37.000 mortes - o governo italiano voltou a adotar medidas mais rigorosas.
Cinemas, teatros, academias e piscinas fecham de segunda a 24 de novembro. Os bares e restaurantes devem parar de servir os clientes após as 18h, e 75% das aulas em faculdades e universidades continuarão de maneira virtual.
"O objetivo é claro: manter a curva de contágio sob controle, pois é a única maneira de controlar a pandemia sem sermos submersos", explicou o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, neste domingo.
As medidas nem sempre são bem recebidas. Na madrugada de sábado para domingo, dezenas de manifestantes de extrema direita protestaram contra o toque de recolher e entraram em confronto com a tropa de choque no centro histórico de Roma.
"Isso vai nos destruir", disse à AFP Augusto d"Alfonsi, dono de um restaurante na capital. "Já perdemos 50% dos nossos clientes este ano. Sem ajuda do governo, estamos acabados", disse à AFP.