INTERNACIONAL

Escalada de violência entre Teerã e Washington preocupa Iraque

Pelo menos 26 milicianos iraquianos favoráveis ao Irã morreram em ataques aéreos da coalizão internacional no leste da Síria, em resposta à morte de dois americanos e de um britânico em uma base militar no Iraque, uma escalada de violência que preocupa Bagdá e as Nações Unidas

AFP
12/03/2020 às 11:39.
Atualizado em 07/04/2022 às 00:36

Pelo menos 26 milicianos iraquianos favoráveis ao Irã morreram em ataques aéreos da coalizão internacional no leste da Síria, em resposta à morte de dois americanos e de um britânico em uma base militar no Iraque, uma escalada de violência que preocupa Bagdá e as Nações Unidas.

A morte de dois soldados, um americano e um britânico, e de um funcionário americano terceirizado em um ataque com foguetes é sem precedentes no Iraque nos últimos anos.

Também é o maior balanço - 26 mortos - em um ataque contra os paramilitares iraquianos pró-iranianos.

No final de 2019, os últimos bombardeios aéreos americanos na fronteira entre Iraque e Síria causaram a morte de 25 milicianos pró-iranianos, em resposta à morte de um americano no ataque a uma base no norte do país.

Pouco depois, em janeiro, os Estados Unidos mataram em Bagdá o general iraniano Qassem Soleimani e seu adjunto iraquiano.

Embora ninguém tenha assumido a autoria do ataque ontem, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) considera muito provável que tenha sido obra da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.

Nenhum grupo reivindicou os 22 ataques contra interesses americanos no Iraque desde o final de outubro, mas Washington os atribui a facções iraquianas pró-Irã. Com frequência, estes grupos prometem "vingar" seu líder, assassinado por Washington junto com Soleimani.

Estes últimos acontecimentos são bastante preocupantes.

Liderado pelo primeiro-ministro demissionário Adel Abdel Mahdi, o comando militar iraquiano denunciou o ataque contra a coalizão, afirmando se tratar de um "desafio de segurança muito perigoso".

O presidente do Iraque, Barham Saleh, e o presidente do Parlamento, Mohamed al-Halbusi, também condenaram a ofensiva.

Já a missão da ONU no Iraque fez um apelo à "máxima moderação", afirmando que "o risco de atos criminosos de grupos armados é uma preocupação permanente" no Iraque, que "não precisa se transformar em uma arena para as vinganças e para as batalhas originadas em outros lugares".

As autoridades iraquianas se encontram em uma posição incômoda frente à coalizão. Continuam realizando operações com suas tropas contra os extremistas, mas o Parlamento aprovou, recentemente, a expulsão do país dos 5.200 soldados americanos estacionados no território. Agora, o governo deve fazer cumprir esta decisão.

A coalizão internacional registrou o disparo de 18 foguetes, e 12 pessoas ficaram feridas.

O chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, e seu colega britânico, Dominic Raab, exigiram que os autores dos ataques contra a base "prestem contas", segundo o Departamento de Estado dos EUA.

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