DIAGNÓSTICO COMPLETO

Esalq lança Mapa da Qualidade do Leite

Publicação que tem por objetivo contribuir para a melhoria do alimento

Da Redação
30/08/2016 às 10:32.
Atualizado em 28/04/2022 às 04:45
Mais que nunca, a qualidade do leite que segue à mesa das pessoas é analisada (Gerhard Waller/Divulgação)

Mais que nunca, a qualidade do leite que segue à mesa das pessoas é analisada (Gerhard Waller/Divulgação)

A fim de fornecer informações estratégicas para Indústrias, governos, Sindicatos, cooperativas ou qualquer outro elo da cadeia produtiva do leite, a Clínica do Leite, programa do Departamento de Zootecnia da Escola Superior de Agricultura 'Luiz de Queiroz' (Esalq/USP), lança, nesta terça-feira (30), durante reunião da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília (DF), o Mapa da Qualidade do Leite Produzido no Sudeste do Brasil, uma publicação que tem por objetivo contribuir com a construção de políticas públicas assertivas e o aprimoramento de programas de melhoramento da qualidade do leite. “Este trabalho de diagnóstico de qualidade do leite é um dos componentes básicos para que possamos cumprir a nossa missão, que é ajudar a pecuária de leite a melhorar a produtividade e a qualidade do leite, através de conceitos de gestão pela qualidade total. Sem dados e informação não é possível identificar os problemas e agir para corrigi-los”, aponta Paulo Fernando Machado, professor do Departamento de Zootecnia da Esalq e coordenador da Clínica. “O setor sempre demandou informações precisas sobre a situação atual da qualidade do leite e sua evolução nos últimos anos. Trabalhamos de forma intensa nos últimos 15 anos para que pudéssemos ter um banco de dados sólidos, e a partir dele, gerar informações úteis para toda a cadeia”, aponta Laerte Dagher Cassoli, gerente técnico e pesquisador. Hoje a Clínica analisa cerca de 30% do leite cru produzido no Brasil, e compõe a Rede Brasileira de Qualidade do Leite (RBQL) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), sendo também acreditado pelo Inmetro na ISO 17.025. Em 2016 serão lançadas quatro edições. A primeira publicação trata da Contagem de Células Somáticas (CCS), que é o indicador de sanidade da glândula mamária e da incidência de mastite nos rebanhos. Nas três edições seguintes serão apresentadas informações sobre a composição do leite, contagem bacteriana e resíduos de antibióticos. “Cada uma das quatro edições será revisada e publicada anualmente, incorporando-se às informações do último ano. Além disso, o Mapa da Qualidade tem uma licença Creative Commons, que flexibiliza o uso da informação que está sendo disponibilizada, ou seja, permite que essas informações possam ser usadas de forma livre para que ela permeie por toda a cadeia ”, explica Henrique Zaparoli Marques, pesquisador da Clínica do Leite. Mapa Os dados utilizados para elaboração deste diagnóstico, são provenientes de indústrias processadoras de leite, que coletam amostras de seus fornecedores, tanto para atendimento da IN-62, como para avaliação da qualidade do leite para programas de pagamento por qualidade. Em 2015 foram 446 indústrias. “Essas amostras são do leite cru, matéria prima que o produtor vende para a indústria e não do produto final que vai para o consumidor”, explica Laerte. Estas indústrias estão localizadas em importantes regiões produtoras de leite do Brasil. A maior parte (46%) está localizada no Estado de Minas Gerais, 42% no Estado de São Paulo e, o restante, nos Estados de Goiás, Paraná, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Ceará e Bahia. Grande parte destas indústrias estão ligadas ao Serviço de Inspeção Federal (SIF), seguido da inspeção pelo Serviço de Inspeção Estadual (SIE) e, a menor parte delas, respondem ao Serviço de Inspeção Municipal (SIM). O aumento do número de indústrias atendidas ao longo dos 10 anos, refletiu diretamente no número de produtores monitorados. Em 2006, eram 17.275 produtores e, em 2015 chegou a 44.703. Conclusão da primeira edição Considerando os 44 mil produtores monitorados no ano de 2015, a média aritmética e geométrica foram de 595 mil células somáticas/mL e 400 mil céls/mL, respectivamente. Isso indica que os rebanhos médios apresentam uma prevalência de cerca de 50%, ou seja, de cada duas vacas ordenhadas, uma está com mastite. Além disso, estes rebanhos estão perdendo em média 6% de sua produção de leite, além de eventuais perdas relacionadas à remuneração pela qualidade. A partir dos resultados de CCS apresentados fica evidente que a mastite é um problema e que traz sérios prejuízos a produtores e indústrias.

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