A equipe de Alexei Navalny, o líder da oposição russa que está preso, afirmaram que conversaram com representantes da União Europeia (UE) sobre a possibilidade de adoção de sanções contra altos funcionários russos, o que Moscou chamou de traição
A equipe de Alexei Navalny, o líder da oposição russa que está preso, afirmaram que conversaram com representantes da União Europeia (UE) sobre a possibilidade de adoção de sanções contra altos funcionários russos, o que Moscou chamou de traição.
Leonid Volkov, um dos principais colaboradores do opositor e que abandonou a Rússia, afirmou na segunda-feira no Telegram que "discutiu com representantes dos países da UE sobre um pacote de sanções pessoais" contra o "círculo mais próximo e os partidários" do presidente Vladimir Putin.
"Vamos falar muito sobre isto no futuro, nas próximas semanas e meses", completou.
Volkov disse que as sanções seriam direcionadas, entre outros, aos oligarcas Roman Abramovich e Alisher Usmanov, ao apresentador de televisão pró-Kremlin Vladimir Soloviov, ao diretor da emissora de televisão Pervy Kanal, Konstantin Ernst, ao banqueiro Andrei Kostin e a Igor Shuvalov, que já foi alto funcionário do governo.
As sanções também afetariam os filhos do secretário-geral do Conselho de Segurança russo, Nikolai Patrushev, e do diretor dos Serviços de Segurança (FSB), Alexander Bortnikov, que já são objetos de sanções.
A delegação polonesa na União Europeia confirmou no Twitter que uma reunião por videoconferência será celebrada com Leonid Volkov e Vladimir Ashurkov, outro colaborador de Navalny.
A mensagem mencionou a presença dos representantes permanentes dos 27, ao lado dos embaixadores dos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e Ucrânia.
A equipe do inimigo número um de Putin também pediu aos russos que apareçam na noite de 14 de fevereiro nos quintais de suas casas com um telefone, uma lâmpada ou uma vela na mão, em sinal de apoio a Nalvany.
A reação de Moscou à iniciativa das sanções foi rápida. A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, denunciou uma "traição".
"É totalmente incompreensível ver como pessoas que falam do futuro da Rússia podem correr para aqueles que consideram a Rússia como seu adversário", declarou.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, considerou apropriado uma legislação para considerar "atos criminosos" os pedidos de sanções contra a Rússia. De fato, um projeto de lei neste sentido está em preparação.
A Rússia foi objeto de várias sanções ocidentais pela anexação da Crimeia em 2014 e pelo caso de envenenamento do ex-agente Serguei Skripal em 2018.
A UE pediu reiteradamente a libertação do opositor Alexei Navalny, detido desde 17 de janeiro, quando retornou a Moscou da Alemanha, onde se recuperou do envenenamento que atribui a Putin.
Os europeus acusam Moscou de negar-se a investigar o envenenamento, o que levou o bloco a adotar sanções contra várias autoridades russas.
Navalny foi condenado em 2 de fevereiro a dois anos e oito meses de prisão por não ter respeitado um controle judicial que data de 2014. O opositor afirma que o Kremlin deseja calar sua voz.
A UE também denuncia a repressão das manifestações que pediram a libertação do opositor, que terminaram com milhares de detidos. As autoridades russas afirmam que os protestos não foram autorizados, sobretudo pela pandemia.