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Entrevista de Harry e Meghan cai como uma bomba sobre monarquia britânica

A entrevista concedida a um canal de TV americano por Meghan Markle e seu marido, o príncipe Harry, neto da rainha Elizabeth II, caiu como uma bomba sobre o Palácio de Buckingham, acusado de indiferença ante a tendência suicida dela e os pedidos de ajuda dele, inclusive de racismo contra o filho do casal

AFP
08/03/2021 às 18:11.
Atualizado em 22/03/2022 às 09:29

A entrevista concedida a um canal de TV americano por Meghan Markle e seu marido, o príncipe Harry, neto da rainha Elizabeth II, caiu como uma bomba sobre o Palácio de Buckingham, acusado de indiferença ante a tendência suicida dela e os pedidos de ajuda dele, inclusive de racismo contra o filho do casal.

Um ano após a sua saída turbulenta da realeza britânica rumo ao estado americano da Califórnia, o casal fez as revelações, durante entrevista à estrela da TV e amiga pessoal Oprah Winfrey, traçando um retrato sombrio da monarquia britânica.

"O que quer que a família real esperava desta entrevista, isto foi pior", afirmou o jornal conservador "The Times". "Meghan teve tendência suicida. Estava preocupada com seu bem-estar psicológico. Chorou em um ato oficial. E a família real não ajudou", completou o jornal, antes de afirmar que se tratam de "acusações prejudiciais" à instituição monárquica.

Na entrevista concedida à estrela da televisão americana Oprah Winfrey, exibida neste domingo nos Estados Unidos pela CBS e transmitida esta noite no Reino Unido pelo canal ITV, eles apresentaram a "imagem de um casal vulnerável, que se sentia preso em seu papel e desprotegido pela instituição", acrescentou o Times.

Na opinião do também conservador "Daily Telegraph" a família real precisa de um "colete à prova de balas" diante de uma entrevista que contém "bombas suficientes para afundar uma flotilha". "E possivelmente, como alguns podem temer, causar danos semelhantes à monarquia britânica".

"É justo dizer que esta entrevista de duas horas sem concessões é o pior cenário para aqueles que o casal não deixou de se referir como "a empresa" (The Firm)", completa o jornal, em alusão às reflexões racistas que Meghan e Harry denunciaram ter sofrido por parte de uma pessoa não identificada do palácio antes do nascimento de seu primeiro filho, Archie.

O canal ITV também utilizou uma metáfora militar: "O casal efetivamente carregou um bombardeiro B-52, voou sobre o Palácio de Buckingham e depois descarregou seu arsenal bem acima dele".

Para a BBC, a entrevista é "devastadora" e revela "as terríveis pressões dentro do palácio", além de traçar a "imagem de indivíduos insensíveis perdidos em uma instituição tão perdida como eles".

O tabloide Daily Mirror insiste na "imensa tristeza" do príncipe herdeiro Charles, pai de Harry, e de seu irmão mais velho William, enquanto o Daily Express critica uma "conversa televisionada com Oprah que serve aos próprios interesses do casal", que mora nos Estados Unidos depois que abandonou a monarquia em 2020.

Assim como outros jornais, que fecharam suas edições antes da exibição da entrevista, o Daily Mail tem como manchete a "forte" mensagem sobre o "dever" apresentada pela rainha Elizabeth II no domingo durante um discurso exibido pela televisão britânica por ocasião do Dia da Commonwealth.

- Cor da pele -

Meghan, 39, afro-americana, disse que a família de seu marido estava "preocupada" com o "quão escura" seria a pele de seu filho, Archie, antes do nascimento do bebê, em 6 de maio de 2019. "Nos meses em que estava grávida (...) tivemos uma série de conversas sobre que "ele não receberia segurança, ele não teria um título" e também preocupações e conversas sobre o quão escura seria sua pele quando nascesse", disse Meghan.

Ela acrescentou que o Palácio de Buckingham se negou a conceder proteção à criança, apesar da tradição, e revelou que teve pensamentos suicidas na época. "Eu não queria mais estar viva", declarou, sem conter as lágrimas. E acrescentou que quando informou à família real que estava lutando e que precisava de ajuda profissional, recebeu como resposta que "não poderia, que não seria bom para a instituição".

Harry quis, no entanto, deixar claro que não foram sua avô, a rainha Elizabeth II, 94 anos, ou seu avô, o príncipe Philip, 99 anos, atualmente hospitalizado após uma cirurgia cardíaca, disse Oprah Winfrey nesta segunda-feira.

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