Empresa do Aedes do Bem vai fechar Unidade

Segunda-feira, 23 de julho de 2018 A Oxitec Brasil, produtora do mosquito transgênico Aedes do Bem ™, anunciou que está fechando a fábrica de Piracicaba, inaugurada em outubro de 2016, no Distrito Industrial Leste (Unileste). O encerramento das atividades não interfere no projeto de combate ao Aedes aegypti realizado no município, conforme a empresa e a Secretaria Municipal de Saúde. O contrato entre a Prefeitura e a empresa tem validade por mais dois anos e começou em 2015, de forma experimental. “Tivemos uma redução acentuada da doença na cidade. Neste ano, acredito que chegamos a cerca de 10 casos de dengue. Isso mostra que o custo/benefício do projeto foi alcançado, porque é alto o investimento no tratamento dos pacientes”, esclareceu o secretário municipal de Saúde, Pedro Mello. Segundo ele, a cidade passa a ser atendida pela Unidade que a Oxitec já tinha em Campinas (SP), antes de instalar uma unidade produtiva em Piracicaba. “Eles esperavam mais rapidez na aprovação da tecnologia no País. Também tivemos, nesse período, a crise econômica que deixou as Prefeituras sem recursos para investir nessa forma de combate à dengue”, comentou. Em Piracicaba, o mosquito geneticamente modificado é lançado na área central, que apresentava altos índices de contaminação e o primeiro a receber o Projeto foi a região dos bairros Cecap/Eldorado. O Aedes aegypti é o inseto transmissor da dengue, zika, chikungunya e outras doenças. A tecnologia da Oxitec modifica geneticamente o inseto de forma que os machos disputam as fêmeas e elas colocam ovos com larvas que morrem antes de se tornarem adultas, controlando a população de mosquitos. Segunda geração A empresa enviou nota à Gazeta, na qual informa que está fechando sua fábrica de mosquitos em Piracicaba enquanto transita para a tecnologia de mosquitos de segunda geração, lançada recentemente em um Projeto-Piloto na cidade de Indaiatuba (SP). “Esta tecnologia não requer uma instalação como a atual e permite que a Oxitec Brasil implemente suas ofertas usando configurações de produção flexíveis. Isso permitirá que a Oxitec Brasil entregue sua solução de controle vetorial superior para cidades e comunidades onde a ameaça de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti é maior”, informou. A empresa ressaltou que “continua comprometida com sua forte parceria com a cidade de Piracicaba e seus contratos a partir de sua outra instalação Oxitec nas proximidades”. O secretário municipal de Governo e Desenvolvimento Econômico, José Antônio de Godoy, lamentou o fechamento da fábrica, que tinha capacidade para produzir 60 milhões de mosquitos transgênicos por semana. “Infelizmente perderemos os empregos gerados e também as receitas para o município”, disse.