INTERNACIONAL

Eleitores negros podem ser a chave no duelo Biden-Trump

Oscar Walton não votou nas eleições presidenciais de 2016 nos Estados Unidos: nem a democrata Hillary Clinton nem o republicano Donald Trump o convenciam

AFP
19/08/2020 às 09:47.
Atualizado em 25/03/2022 às 16:20

Oscar Walton não votou nas eleições presidenciais de 2016 nos Estados Unidos: nem a democrata Hillary Clinton nem o republicano Donald Trump o convenciam.

"Nenhum satisfazia realmente às necessidades do povo", afirma à AFP este assistente social e músico em um parque de Milwaukee, muito próximo à sede da Convenção Nacional Democrata, que devido à pandemia acontece até quinta-feira em formato virtual.

Walton não foi o único a sentir isso.

Com quase 40% de negros e 20% de hispânicos, Milwaukee, a principal cidade de Wisconsin, é muito mais diversificada do que as vastas extensões rurais deste estado do meio-oeste.

Em 2016, a participação caiu em 40.000 votos nesta cidade de quase 600.000 em comparação com 2012, quando Barack Obama, o primeiro presidente negro dos Estados Unidos, foi reeleito.

Trump acabou vencendo Wisconsin por menos de 25.000 votos. E, graças a outras vitórias no meio-oeste, chegou à Casa Branca.

Portanto, a mobilização dos eleitores negros deve desempenhar um papel fundamental na definição do vencedor entre Joe Biden e o presidente republicano em 3 de novembro.

Esta não será uma eleição qualquer, marcada, desta vez, pela confluência de crises históricas: a pandemia de COVID-19, a recessão econômica e o movimento contra o racismo e a violência policial - questões que atingem particularmente os afro-americanos.

"Vou votar nesta eleição", afirma Walton, de 28 anos.

Embora sinta que o Partido Democrata de alguma forma "decepcionou" os negros americanos, vai optar por Biden. O septuagenário ex-vice-presidente de Obama não o entusiasma, mas pode "segurar o posto até que outra pessoa apareça".

"Honestamente, sinto que temos que tirar Trump", diz. "Ele é um racista sistêmico. Ponto final."

O contexto de 2020 é muito diferente do de 2016, o que aponta para um resultado muito diferente para Trump, diz David Bowen, um congressista democrata em Wisconsin.

"Trump foi eleito e o povo viu o estrago que ele causou", ressalta o político de 33 anos.

Embora ele tema que os eleitores negros voltem a ter que superar obstáculos para votar - longas filas, riscos associados à pandemia, problemas com o voto pelo correio - Bowen acredita que após os protestos pela morte de George Floyd, um afro-americano sufocado por um policial branco, "alguns perceberam o quão valioso é seu voto".

E se perguntam qual candidato "fará as mudanças necessárias no país para mim, minha família, meu bairro, minha comunidade".

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