INTERNACIONAL

Eleições no Kosovo entre uma nova geração e a velha guarda

Kosovo vota neste domingo (14) em eleições legislativas nas quais uma geração mais jovem de políticos quer acabar com o governo dos antigos comandantes rebeldes, aproveitando que a população está farta da estagnação, da corrupção e da instabilidade política

AFP
14/02/2021 às 11:11.
Atualizado em 23/03/2022 às 17:57

Kosovo vota neste domingo (14) em eleições legislativas nas quais uma geração mais jovem de políticos quer acabar com o governo dos antigos comandantes rebeldes, aproveitando que a população está farta da estagnação, da corrupção e da instabilidade política.

A antiga província de Belgrado, que continua lutando para ter reconhecimento pleno em nível internacional, realiza suas quintas eleições antecipadas desde a proclamação da independência em 2008.

O governo que vencer nas urnas será o terceiro desde o início da pandemia de coronavírus há um ano. Isso agravou as dificuldades econômicas deste território pobre, onde a covid-19 causou mais de 1.500 mortes e onde a vacinação não parece próxima.

Mas "chegou a hora de fazer a limpeza geral", exclama Sabri Kadriu, professor de economia.

O movimento nacionalista de esquerda Vetevendosje (VV), que significa "autodeterminação", de Albin Kurti, representa a sede de mudança porque seu combate à corrupção o tornou muito popular entre os jovens e a diáspora.

Algumas pesquisas apontam 50% dos votos ao partido reformista, mas não se sabe se Albin Kurti conseguirá uma maioria que lhe permita governar.

"Nós chegamos, eles vão embora", prometeu Albin Kurti, de 45 anos, um grande orador que passou pelas prisões do ex-presidente sérvio Slobodan Milosevic. Ele afirma que seria "um primeiro-ministro para todos".

Seus apoiadores acusam os ex-guerrilheiros de captar recursos do Estado e de clientelismo neste território de 1,8 milhão de habitantes, onde o salário médio ronda os 500 euros (606 dólares). Como o índice de desemprego é de 50%, os jovens optam por emigrar, principalmente para a Suíça ou Alemanha.

A antiga rebelião chega às eleições com uma forte desvantagem: a ausência de várias de suas grandes figuras, como o ex-presidente Hashim Thaçi, acusado em novembro de crimes de guerra pela Justiça internacional.

As chances do VV aumentaram com o apoio da presidente interina Vjosa Osmani, de 38 anos, símbolo de uma classe política de nova geração que abandonou a LDK de centro-direita do primeiro-ministro atual Avdullah Hoti.

As pesquisas colocam o PDK do ex-presidente Thaçi e de outros ex-rebeldes cerca de 20 pontos atrás do VV. A LDK ficaria como terceira força política.

Vetevendosje já liderou as duas últimas eleições legislativas, mas ficou separado por coalizões entre outros partidos. Em 2020, o governo de Albin Kurti durou cerca de cinquenta dias antes de cair.

Desta vez, Albin Kurti espera ganhar as 61 cadeiras necessárias, sobre 120, para ficar à frente.

Nem todos apoiam o programa do movimento, que no passado participou de manifestações violentas, mas os kosovares estão fartos e querem rostos novos, estimam os analistas.

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