O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, cuja vitória foi reconhecida nesta terça-feira (15) pelo líder republicano no Senado e o presidente Jair Bolsonaro, viaja hoje para a Geórgia com a missão de promover as candidaturas de dois democratas ao Senado, duas cadeiras cruciais para seu governo e que serão definidas em uma eleição extraordinária
O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, cuja vitória foi reconhecida nesta terça-feira (15) pelo líder republicano no Senado e o presidente Jair Bolsonaro, viaja hoje para a Geórgia com a missão de promover as candidaturas de dois democratas ao Senado, duas cadeiras cruciais para seu governo e que serão definidas em uma eleição extraordinária.
Biden chega à Geórgia com o impulso da confirmação de sua vitória pelo Colégio Eleitoral na véspera e com o prêmio do reconhecimento de sua vitória nesta terça pelo líder da maioria republicana do Senado, Mitch McConnell.
Durante mais de um mês, McConnell manteve-se fiel ao posicionamento do presidente em fim de mandato, Donald Trump, que não reconhece a própria derrota, mas nesta terça-feira no plenário do Senado reconheceu que o Colégio Eleitoral se pronunciou, após a entidade outorgar a Biden 306 votos contra 232 para seu rival.
"Muitos gostariam que a eleição presidencial tivesse um desfecho diferente, mas nosso sistema de governo tem processos que determinam quem tomará posse em 20 de janeiro", afirmou o chefe da bancada majoritária do Senado, que tem sido um fiel colaborador do governo de Trump e um pilar para a execução de sua agenda.
Biden relatou que ligou para McConnell para agradecer-lhe pelo gesto.
"Eu disse a ele que embora tenhamos divergências sobre muitas coisas, há questões em que podemos trabalhar juntos", declarou.
A porta-voz da Casa Branca, Kayleigh McEnany, se recusou a comentar as declarações de McConnell, dizendo apenas que o presidente continuará com seus recursos.
Após a ratificação do Colégio Eleitoral, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro, um aliado próximo de Trump, também reconheceu a vitória de Biden e disse estar "pronto" para trabalhar com ele.
O objetivo do deslocamento de Biden à Geórgia é aproveitar sua vitória contra Trump neste estado tradicionalmente republicano para impulsionar as candidaturas ao Senado de Jon Ossoff e de Raphael Warnock. Eles enfrentam uma dura competição para evitar a reeleição de seus rivais, em uma campanha repleta de acusações que os descrevem como "socialistas".
A Geórgia, um sólido bastião republicano que não votava em um democrata desde as eleições presidenciais de 1992, enfrentará em 5 de janeiro um segundo turno na disputa pelo Senado. Desta votação depende quem terá o controle da Câmara Alta no início do governo de Biden.
Esse estado terá uma sessão extraordinária em 5 de janeiro, já que nenhum dos candidatos obteve mais de 50% dos votos.
Os democratas podem, porém, não obter resultados tão felizes, já que a margem da vitória de Biden neste estado foi mínima, e os senadores republicanos na disputa, David Perdue e Kelly Loeffler, estão na frente por já serem membros do Congresso.
Se os democratas ganharem essas duas cadeiras, alcançariam um equilíbrio 50/50 na Câmara Alta e, então, a vice-presidente democrata Kamala Harris exerceria o voto de desempate.
No início do mês, Trump viajou para a Geórgia para seu primeiro comício depois das eleições, um megaevento que atraiu milhares de pessoas, sem nenhum tipo de medidas de saúde ou distanciamento social, o que gerou inúmeras críticas.