A recessão causada pela pandemia será menos severa do que o esperado em 2020 graças à abertura de algumas economias avançadas, embora a reativação perca força, alertou o Fundo Monetário Internacional nesta terça-feira (12)
A recessão causada pela pandemia será menos severa do que o esperado em 2020 graças à abertura de algumas economias avançadas, embora a reativação perca força, alertou o Fundo Monetário Internacional nesta terça-feira (12).
O FMI espera uma contração do PIB mundial de 4,4% neste ano, abaixo da estimativa de junho, de 5,2%.
O novo coronavírus deixa mais de 1,07 milhão de mortes no mundo. Na Europa, França, Espanha e Inglaterra, diante de uma nova onda de infecções, multiplicam-se as medidas para evitar um confinamento generalizado, que pode ser devastador para a economia.
"Viver com o novo coronavírus é um desafio diferente, mas o mundo se adapta", considerou a economista-chefe da agência, Gita Gopinath, em um blog que acompanha o último relatório de previsão econômica global (WEO) do FMI.
A revisão em alta reflete dados econômicos melhores do que o esperado no segundo trimestre, particularmente em economias desenvolvidas da Europa, nos Estados Unidos e na China, o berço do vírus.
Todas as regiões do mundo parecem ter um desempenho melhor do que o esperado, mas as economias emergentes e em desenvolvimento como um todo caem na exceção: para elas, a previsão piorou para um declínio coletivo de 3,3% em 2020.
O PIB dos Estados Unidos, maior economia mundial, cairá 4,3%, abaixo dos 8% estimados anteriormente, enquanto a economia da zona do euro recuará 8,3%.
"No entanto, esta crise está longe de terminar", advertiu Gopinath.
Diante da imensa incerteza, o FMI mais uma vez revisou para baixo a expectativa de recuperação para 2021 (+5,2%, -0,2 pontos).
"A recuperação provavelmente será longa, desigual e incerta", resumiu a economista, retomando termos já usados pelo organismo internacional.
Em relação à previsão anterior de junho, "a perspectiva piorou consideravelmente em alguns países emergentes e em desenvolvimento, onde as infecções estão aumentando rapidamente".
Após a contração histórica de 2020 e a esperada reativação em 2021, o nível do PIB mundial deve ser um pouco superior ao de 2019, detalhou o Fundo.
A agência estima que, no médio prazo, as perspectivas serão medíocres, pois o distanciamento social provavelmente persistirá até o final de 2022, o que impede uma verdadeira recuperação.
Além disso, não se pode excluir um cenário pior, com a intensificação das infecções combinada com a desaceleração dos avanços na busca por tratamentos e vacinas, obrigando as autoridades a tomarem medidas mais duras.
Nesse contexto, é difícil para a economia mundial retornar à trajetória esperada antes da pandemia.