O Congresso do Peru debate, nesta sexta-feira, uma moção para destituir o presidente Martín Vizcarra, ação denunciada como um "golpe de Estado" pelo governo.
A seguir, uma cronologia da crise política no país andino nas últimas duas décadas:
Em 21 de novembro de 2000, o Congresso destituiu o presidente Alberto Fujimori após 10 anos no poder, alegando atos de corrupção e "incapacidade moral permanente", um dia depois de sua renúncia por fax do Japão.
Fujimori foi condenado em abril de 2009 a 25 anos de prisão por corrupção e violações dos direitos humanos durante seu governo.
O opositor Alejandro Toledo venceu as eleições presidenciais em junho de 2001 e iniciou um mandato marcado por crises.
O país ficou paralisado por semanas de greves em maio e junho de 2003, e Toledo decretou estado de emergência.
Seu gabinete renunciou em junho de 2003. Em dezembro, Toledo exigiu a renúncia de todos os seus ministros para neutralizar um escândalo sexual politicamente prejudicial envolvendo sua primeira-ministra, Beatriz Merino.
Em julho de 2006, o ex-presidente Alan García voltou ao poder, apesar das críticas que recebeu por seu primeiro mandato em 1985-1990, marcado pela hiperinflação, violência da guerrilha e corrupção.
Em outubro de 2008, o gabinete de 13 membros de García renunciou para impedir a aprovação de um voto de censura sobre as concessões à empresa norueguesa Discover Petroleum.
Em junho de 2011, o militar aposentado de esquerda Ollanta Humala venceu por pouco a votação contra Keiko Fujimori, filha do ex-presidente preso.
Tornou-se, assim, o primeiro governante de esquerda no Peru em 36 anos.
O primeiro ano da presidência de Humala foi marcado por dezenas de conflitos sociais que deixaram vários mortos e o levou a declarar estado de emergência três vezes.