INTERNACIONAL

'Dois mundos' separam Trump da cidade de seus ancestrais alemães

Thomas Jaworek, prefeito da localidade alemã dos ancestrais de Donald Trump, anunciou, antes da inesperada vitória do republicano em 2016 que, se ele fizesse algo "grande" para os Estados Unidos ou para o mundo como presidente, colocaria uma placa em sua homenagem

AFP
23/10/2020 às 08:16.
Atualizado em 24/03/2022 às 09:31

Thomas Jaworek, prefeito da localidade alemã dos ancestrais de Donald Trump, anunciou, antes da inesperada vitória do republicano em 2016 que, se ele fizesse algo "grande" para os Estados Unidos ou para o mundo como presidente, colocaria uma placa em sua homenagem.

Quatro anos depois, a placa ainda não está lá.

Kallstadt é a pequena cidade vinícola no sudoeste da Alemanha, onde os avós paternos de Trump cresceram separados por uma rua em casas humildes que ainda estão de pé.

Enquanto o mundo espera o resultado de outra eleição decisiva nos Estados Unidos, em 3 de novembro, os moradores dessa localidade começam a ficar cansados do nome Trump nesta sociável comunidade.

"Foi apenas uma ilusão", disse o prefeito Jaworek, de 52 anos, à AFP, ao ser questionado sobre a ideia da placa comemorativa.

"Nossos dois países costumavam ser amigos, e nossos amigos pessoais permanecem", afirmou.

"Mas, quando você vê (a chanceler alemã) Angela Merkel e Donald Trump sentados juntos, tem a impressão de que agora existe um mundo entre nós", diz ele, referindo-se às relações em baixa entre os dois líderes.

Com uma população de 1.200 habitantes, não há mais nenhum Trump em Kallstadt, mas uma familiar distante por casamento na cidade vizinha de Freinsheim parece ter o talento familiar para autopromoção e polêmicas.

Ursula Trump, que aos 73 anos é um ano mais nova que o presidente, conta que, depois de sua eleição, começou a vender bolos com a bandeira americana e pequenos emblemas de Trump feitos com açúcar, na padaria que leva seu nome.

"As pessoas vinham de todos os lugares, só pelos bolos de Trump. Era uma loucura", lembra ela, com um largo sorriso.

"Até os russos vinhamo!", completa.

Isso até que um grupo de moradores começou a boicotar sua loja.

"Diziam "por que está fazendo propaganda desse maluco?". Eu respondia: "Não estou fazendo publicidade para ele, eu tenho o mesmo sobrenome, por que não posso usar?"", contou.

Ursula era de uma cidade próxima e se casou com Harald Trump, cuja ligação com o presidente americano remonta a um ancestral comum há quatro gerações.

Ela diz que pode ver certa semelhança de família, especialmente quando o marido se irrita.

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