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Dois dias para encontrar os meios de produzir mais vacinas anticovid

Como produzir rapidamente mais vacinas para aliviar a escassez que retarda a luta contra a pandemia do coronavírus? Os principais atores do setor reúnem-se durante dois dias na próxima semana para tentar encontrar respostas concretas para este problema

AFP
06/03/2021 às 11:11.
Atualizado em 22/03/2022 às 09:04

Como produzir rapidamente mais vacinas para aliviar a escassez que retarda a luta contra a pandemia do coronavírus? Os principais atores do setor reúnem-se durante dois dias na próxima semana para tentar encontrar respostas concretas para este problema.

"Trata-se de destacar as deficiências que temos no momento nas cadeias de suprimentos de reagentes, matérias-primas, produtos que são necessários para fazer as vacinas", explicou a chefe científica da Organização Mundial da Saúde (OMS), Soumya Swaminathan, em coletiva de imprensa na sexta-feira.

Com a pandemia de covid-19, que causou mais de 2,58 milhões de mortes em 14 meses, a demanda por esses insumos atingiu níveis sem precedentes.

A indústria farmacêutica espera fabricar 10 bilhões de doses anticovid este ano, ou o dobro da capacidade de fabricação de todas as vacinas combinadas em 2019.

Mas, para isso, não são apenas necessárias as substâncias necessárias em quantidades sem precedentes, mas também o vidro para os frascos, plástico ou tampas, em um contexto em que as cadeias de abastecimento são altamente afetadas em todo o mundo justamente por causa da pandemia, lembra a Dra. Swaminathan.

"A cúpula realmente se concentrará na antecipação, carências, como elas podem ser preenchidas e em encontrar soluções", explica, "porque isso pode fazer a diferença no curto prazo".

Na segunda e terça-feira, vão se reunir os parceiros do dispositivo Covax - criado para garantir o acesso equitativo às vacinas - (OMS, GAVI Vaccine Alliance e CEPI, seu braço de pesquisa), a Federação Internacional da Indústria Farmacêutica (IFPMA), além de fabricantes de países em desenvolvimento, especialistas e governos.

Pressionados por governos e opinião pública, grandes grupos farmacêuticos, normalmente concorrentes ferozes, multiplicaram acordos para fabricar esses injetáveis juntos.

A francesa Sanofi vai ajudar a americana-alemã Pfizer/BioNTech, e também a Johnson & Johnson, a fornecer mais doses. A americana MSD (Merck Sharp&Dohme) também vai produzir com sua compatriota Johnson & Johnson.

A suíça Novartis colabora com a Pfizer e também com a alemã CureVac, assim como a Bayer.

Por enquanto, é difícil estimar o impacto exato desses acordos na produção. Mas "são muito bons e gostaríamos de ver mais ao redor do mundo", disse Swaminathan.

"Temos que examinar as capacidades de envasamento e finalização na Ásia, África e América Latina e usar suas fábricas para aumentar a oferta", insistiu.

Marie-Paule Kieny, diretora de pesquisas do Inserm na França, concorda com a ideia.

"Existem muitos fabricantes de medicamentos genéricos que têm as habilidades e conhecimentos, que podem ajudar no processo", reiterou.

No entanto, ainda há problemas de licenças e direitos de propriedade intelectual - que permitem que os gigantes farmacêuticos ganhem dinheiro após terem investido pesadamente em pesquisa, às vezes com apoio significativo dos Estados.

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