INTERNACIONAL

Dois americanos indiciados por ajudar na fuga de Carlos Ghosn

Promotores de Tóquio indiciaram nesta segunda-feira dois americanos acusados de ajudar na fuga de Carlos Ghosn, ex-CEO da Renault-Nissan, do Japão em 2019 para o Líbano, apesar da acusação de fraude financeira contra o executivo

AFP
26/03/2021 às 09:55.
Atualizado em 22/03/2022 às 04:56

Promotores de Tóquio indiciaram nesta segunda-feira dois americanos acusados de ajudar na fuga de Carlos Ghosn, ex-CEO da Renault-Nissan, do Japão em 2019 para o Líbano, apesar da acusação de fraude financeira contra o executivo.

"A unidade especial de investigação (do MP de Tóquio) pediu ao tribunal de primeira instância de Tóquio que processe os dois em relação a estas acusações", afirmam os promotores em um comunicado.

Michael Taylor, ex-membro das forças especiais dos Estados Unidos e que trabalhava para o setor de segurança privada, e seu filho Peter, foram extraditados dos Estados Unidos no início de março, depois que esgotaram todas as possibilidades de recursos. Os dois foram levados para o centro de detenção de Kosuge, em Tóquio, onde Ghosn permaneceu detido entre novembro de 2018 e abril de 2019.

Os Taylor foram detidos em maio de 2020 pela justiça americana, com base em uma ordem de prisão japonesa. Eles permaneceram detidos nos Estados Unidos por seu "elevado risco de fuga".

Em 31 de dezembro de 2019 os japoneses foram pegos de surpresa ao descobrir que seu réu mais famoso, Carlos Ghosn, conseguira fugir para o Líbano.

Dois dias antes, quando estava em liberdade sob fiança para aguardar o julgamento por uma suposta fraude financeira na Nissan, o franco-libanês-brasileiro deixou Tóquio de maneira discreta e seguiu até Osaka (oeste do Japão) em um trem com os dois cúmplices.

As autoridades suspeitam que ele superou os controles do aeroporto internacional de Kansai, perto de Osaka, escondido em uma grande caixa de equipamentos de áudio a bordo de um avião privado. Na época, o controle de equipamentos não era obrigatório no Japão para este tipo de aviões.

Ghosn desembarcou em Beirute em 30 de dezembro de 2019, após uma escala em Istambul.

Um documento da justiça americana destaca "uma das fugas mais descaradas e melhor planejadas da história recente".

O executivo do setor automobilístico que caiu em desgraça, objeto de um pedido de detenção da Interpol, permanece fora do alcance da justiça japonesa porque o Líbano não extradita seus cidadãos. Mas a justiça libanesa o proibiu de sair do país.

kh-sah/ras/uh/erl-es/fp

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