Os documentos de identidade italianos não usarão mais termos como "pai" ou "mãe", mas sim o gênero neutro, informou o governo nesta sexta-feira
Os documentos de identidade italianos não usarão mais termos como "pai" ou "mãe", mas sim o gênero neutro, informou o governo nesta sexta-feira.
Essa decisão é uma nova reviravolta com relação ao governo anterior, cujo ministro do Interior, o ultradireitista Matteo Salvini, exigiu que os termos "pai 1" e "pai 2" fossem retirados para crianças menores de 14 anos.
A atual ministra do Interior, Luciana Lamorgese, explicou ao parlamento que tomou essa decisão para cumprir as regras europeias de proteção de dados.
A ministra garantiu que o órgão de proteção de dados italiano criticou as objeções de Salvini, pois prejudicavam, em sua opinião, os direitos dos menores que não estivessem sob a custódia de "uma figura paterna ou materna".
"As palavras de Lamorgese são bem-vindas, vamos acabar com a discriminação contra crianças de casais do mesmo sexo", reagiu a Coalizão Italiana pelos Direitos Civis e Liberdade.
Um deputado do partido de extrema direita Irmãos da Itália, Giovanni Donzelli, acusou o ministro de "loucura".
"O que as crianças fizeram para ele tirar o direito de ter um pai e uma mãe em seu documento de identidade?" exclamou.
As questões de gênero são particularmente controversas na Itália, onde casais do mesmo sexo só ganharam reconhecimento legal há cinco anos.
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