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DJs deixam as boates e vão aos estádios para animar os jogos sem público

"O maior desafio é acertar as reações", explica Franklin Scheleger, o DJ que coloca um "som de torcida" nas partidas do Fluminense no Maracanã desde que o futebol brasileiro começou a ser disputado sem público, devido à pandemia de coronavírus

AFP
06/09/2020 às 13:26.
Atualizado em 25/03/2022 às 08:38

"O maior desafio é acertar as reações", explica Franklin Scheleger, o DJ que coloca um "som de torcida" nas partidas do Fluminense no Maracanã desde que o futebol brasileiro começou a ser disputado sem público, devido à pandemia de coronavírus.

Scheleger, de 29 anos, trabalhava como DJ em alguns eventos do clube carioca e recebeu o convite para "substituir" a torcida tricolor nos jogos em casa.

"Me sinto muito honrado por estar representando a torcida do meu time de coração e é uma sensação incrível, indescritível, estou muito feliz", explicou à AFP.

Sem os torcedores para empurrar o time, os clubes brasileiros apostaram nos DJs para criar um clima em suas partidas quando jogam como anfitriões.

No caso do Palmeiras, a tarefa cabe a Marcos Costi, de 38 anos, locutor oficial da equipe paulista.

Para ele, trazer a sua experiência de DJ "foi algo natural".

"Na Europa o futebol voltou antes. Começaram a utilizar isso de colocar música eletrônica, mecânica, para minimizar a falta de uma música orgânica, da torcida. Era meio esperado" que o mesmo fosse feito em outros países, afirma.

O apoio do chamado "12º jogador" agora recai nos ombros do DJ e no volume usado nas partidas.

"Quando o Palmeiras ataca, eu aumento o volume. Na disputa de pênaltis da final do Campeonato Paulista contra o Corinthians, quando os adversários iam chutar, eu aumentava o volume para perturbar de alguma forma", confessa Costi ao se referir a esse jogo disputado no mês passado, que terminou com a vitória do "Verdão" nas penalidades máximas.

Os dois DJs destacam que ser torcedor do clube que representam facilita as coisas na hora de escolher o ambiente sonoro.

"Eu já frequentava muito o Maracanã, tenho vivência da arquibancada e isso facilita bastante, porque a torcida tem um canto específico para cada momento da partida. Quando a torcida incentiva mais para que o time ataque tem um canto específico. Quando tomamos um gol também temos um canto especifico para não deixar o time se abater", destaca Scheleger.

Costi revela que trabalha com "quinze tipos de sons, sem vaias", que foram captados pela televisão oficial do clube.

"Sempre fui torcedor do Palmeiras e sei o que a torcida cantaria ou como se comportaria em cada momento. Claro que é uma visão minha, mas acho que é próxima da realidade", comenta.

Para o DJ do Fluminense, é uma alegria imensa "levar este apoio aos jogadores e ser a voz de milhares de pessoas", enquanto que para seu homólogo palmeirense a sensação é uma mistura de alegria e tristeza.

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