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Diário de Anne Frank continua vivo 75 anos após sua morte

Há 75 anos, Anne Frank perdia a vida em um campo de concentração alemão, depois de dois anos se escondendo dos nazistas, deixando para trás o famoso diário em que relatou seus medos, esperanças e sonhos

AFP
12/04/2020 às 11:51.
Atualizado em 31/03/2022 às 04:20

Há 75 anos, Anne Frank perdia a vida em um campo de concentração alemão, depois de dois anos se escondendo dos nazistas, deixando para trás o famoso diário em que relatou seus medos, esperanças e sonhos.

Nascida em Frankfurt, Alemanha, Anne Frank deixou o país com a família aos três anos de idade em 1933 para escapar do violento antissemitismo que se espalhava com o nazismo.

Instalados em Amsterdã, esconderam-se em 1942 em um apartamento construído atrás de uma biblioteca falsa para escapar da Gestapo, antes de serem descobertos em 1944 e deportados para campos de concentração.

O diário íntimo da adolescente judia, publicado por seu pai Otto após a guerra, lembra os horrores do Holocausto e permanece mais atual do que nunca, considera o museu dedicado a ela.

"A parte mais importante do diário é que oferece uma visão do que significa ser humano", disse à AFP Ronald Leopold, diretor executivo da Casa Anne Frank, em Amsterdã.

"É exatamente por isso que permaneceu relevante nos 75 anos desde a Segunda Guerra Mundial e, portanto, estou convencido de que continuará sendo relevante para as gerações futuras", explica.

O diário de Anne Frank é uma das obras mais lidas do mundo: traduzido em 70 idiomas, vendeu cerca de 30 milhões de cópias.

A adolescente de 15 anos morreu de tifo no início de 1945 em Bergen-Belsen, Alemanha, apenas alguns meses antes de os Aliados libertarem o campo em 15 de abril.

Em seu diário, Anne Frank descreve seus pensamentos e sentimentos no isolamento forçado com seu pai, mãe e irmã, bem como com outros quatro judeus refugiados no anexo secreto localizado em Prinsengracht, em frente a um dos canais mais emblemáticos da capital holandesa.

Anne descreve com grande honestidade suas impressões sobre os outros ocupantes e fala sobre o difícil relacionamento com a mãe. Também se refere à sua ambição de se tornar escritora, de escrever seu próprio livro sobre suas experiências durante a guerra.

Por trás dessas linhas, aparece a voz de uma estudante buscando seu lugar no mundo, algo que ressoa com a nova geração, analisa Ronald Leopold.

Os jovens "podem se identificar com ela. Reconhecem sua voz, o que ela pensava, o que fazia quando tinha problemas com a mãe", assegura.

Segundo o diretor, os adolescentes e jovens demonstram um forte interesse na história de Anne Frank, já que, dos quase 1,3 milhão de pessoas que visitam o museu anualmente, metade tem menos de 30 anos de idade.

"Há muitas coisas neste livro e nesta casa" com as quais os jovens podem se conectar, observa Leopold. "É um espelho" da nossa sociedade, diz.

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